UNEGRO - União de Negras e Negros Pela Igualdade. Esta organizada em de 26 estados brasileiros, e tornou-se uma referência internacional e tem cerca de mais de 12 mil filiados em todo o país. A UNEGRO DO BRASIL fundada em 14 de julho de 1988, em Salvador, por um grupo de militantes do movimento negro para articular a luta contra o racismo, a luta de classes e combater as desigualdades. Hoje, aos 33 anos de caminhada continua jovem atuante e combatente... Aqui as ações da UNEGRO RJ

sábado, 14 de novembro de 2015

Dinastia Africana: Amanirenas é o nome de uma rainha africana que viveu em Napata...

O termo Candaces é originário do Grego, Kandakê, provêm do Latim com influência francesa de Kandakai. Este nome os gregos e romanos denominavam as rainhas – mães, do impérioetíope, com as quais tinham relações políticas ...

Amanirenas é o nome de uma rainha africana que viveu em Napata, na África antiga onde hoje se situa a Núbia e o Sudão. Pensa-se ser a mais antiga civilização negra da África. Por eu ser negra pensei em buscar alguma história dos meus ancestrais. Esta rainha foi importante para a história do seu país e da sua família. Foi uma das "rainhas-mães" e se destacou por proteger e cuidar do que era seu. Alguém já ouviu falar dela? Acho que quase ninguém. Por isso identifiquei-me com ela: importante no presente e insignificante no futuro. (Depois vcs pesquisam o que é rainha-mãe no Google, porque meu objetivo não é falar de história da antiguidade aqui não, tá?). Pois é, impero no meu território, não no sentido tirano, mas quero dizer que cuido da minha vida e não da sua. Sou Rainha da Felicidade, como diria Daissaku Ikeda, filósofo e humanista da atualidade ( o André meu marido tbm me chama assim, rsrsr) porque tento construí-la e não fico lamentando na vida. Choro quando é pra chorar e dou gargalhadas quando é pra gargalhar ( as vezes dou risada em hora imprópria tbm..) Apenas gosto de usufruir do que conquisto. Tenho noção do meu lugar no mundo. Não fico sofrendo pelo que nunca vou ser e ter. Como diz meu pai: " a vida é feita de coisas simples. A gente que complica"


"Formadoras das civilizações, as mulheres africanas representaram as primeiras deusas, mães, educadoras, sacerdotisas, médicas, cientistas, comerciantes, diplomatas e governantes do mundo".
Introdução:
O reino de Kush ou Cusi (como a Etiópia era chamada por historiadores clássicos), entre o III século A.C. e II século D.C., particularmente durante o período Meroe, as mulheres desempenharam um papel de destaque nos assuntos do Estado, ocupando posições de poder e prestígio.

A consequência natural disso foi o desenvolvimento de uma linhagem de rainhas meroe, que, acabaram entrando para a histórica africana como mulheres poderosas, sábias e guerreiras, e

sendo administradoras do reinado daquele país.

Ao contrário das antigas rainhas do Egito, cujos poderes derivavam dos maridos, chamados de faraós, as rainhas da Etiópia eram governantes independentes, na medida em que os Meroe nunca tiveram um rei clássico, de acordo com alguns autores norte-americanos.

Quatro destas rainhas etíopes se tornaram conhecidas como Candaces, uma corruptela da palavra Kentake.
A palavra é uma transcrição do ktke Meroitic, que significa "rainha-mãe".

A rainha-mãe desempenhou duas funções importantes na Etiópia antiga, ou seja, garantiu sua linha de sucessória e também consolidou seu poder entre os súditos.
O que pouco se sabe sobre as Candaces foi aprendido, principalmente, a partir de fontes romanas e, mais recentemente, de escavações, iconografia e inscrições em monumentos de antigos territórios etíopes.

Se liga:
Escritores clássicos atestaram a força e liderança das Candaces.
Elas aparecem repetidamente nos escritos de autores clássicos.
São citadas também na Bíblia.

É como o fato narrado mais atrás envolvendo Alexandre, o Grande, que tentou conquistar a Etiópia, sob comando de uma rainha de Meroe.

Outras informações sobre este episódio histórico:

Dizem que ela avisou-o para não menosprezá-la, porque, elas, as Candaces, um titulo de rainha passada pelas ancestrais, eram diferentes das mulheres que ele tinha encontrado pela vida, pois, "somos mais brancas e brilhantes em nossas almas do que o branco de você."

Sabemos que, por um período de 1.250 anos (que termina em 350 dC), o reino de Kush das Candaces floresceu como uma civilização única, e que, o título de Candace existiria há mais de

500 anos.

Os historiadores no mundo greco-romano acreditavam que os etíopes foram os primeiros seres humanos na terra.

Em seus primeiros dias, a Etiópia também abraçou regiões a leste do Mar Vermelho, e incluiu alguns dos territórios representados hoje pela Arábia Saudita e Iêmen.

Em geral, os etíopes eram chamados na Bíblia de “povo do rosto queimado”.

Historiadores sugerem que a Etiópia é mais velha nação que o Egito faraônico.

Em Axum, cidade etíope, o obelisco tem 37,5 metros de altura.-É mais alto do que o maior obelisco egípcio.

Os sabeus, no Iêmen e na Arábia, foram as extensões do sabeus na Etiópia. O Sul da Arábia fazia parte do reino de Axum, da antiga Etiópia.
Neste sentido, o que sabemos é que as rainhas etíopes foram edificadas para alta estima, ou seja, o cidadão comum nem podia sequer tocá-las, nem poderia mesmo se referir a elas tradicionalmente.
Isso deixou as Candaces em posição de poder/prestígio em relação ao masculino e a população em geral da época.

Na verdade, nos textos antigos, conta-se que essas mulheres foram consideradas esposas dos deuses ou o Deus vivo, porque os Reis que eram filhos dessas mulheres, foram pensados como filhos do Deus Amon.

Então, a mãe do governante era o poder.
Por outro lado, essas rainhas eram estrategistas militares inteligentes, mulheres guerreiras. Todas as rainhas eram fortes, tinha grande estatura, e sempre vestidas em melhores trajes.

Estas mulheres foram fortemente respeitadas e reverenciadas em sua terra e em todo o mundo antigo.
Assim, cada rainha da Etiópia para esse período foi chamada de Imperatriz Candace ou Imperatriz Kandake.

A Rainha, de 332 A.C., por exemplo seu nome verdadeiro era Amanirenas.


A civilização kushita já havia desenvolvido o parlamentarismo milhares de anos antes dos

europeus. O matriarcado não impedia em alguns momentos que homens participassem do
governo como reis ou esposos das Kandaces, sendo escolhido pelo parlamento, podendo se tornar governante ou consorte da rainha, conforme as leis da matrilinearidade. Uma das mais poderosas Kandaces foi Amanirenas, que serviu como chefe de Estado, Comandante-chefe do exército, e Sumo Sacerdotisa de Isis.Amanirenas comandou a aliança do exército Kushita-Kemita à ocupação romana de Kemet, e a invasão do resto da África no tempo do Imperador Augusto César. 

" - Amanirenas apesar do poder exercido era considerada humilde e amável, detentora de um porte atlético. Com cerca de 50 anos de idade empreendeu as mais violentas batalhas contra os romanos."

O conflito entre os romanos e os Kushitas originou-se da invasão feita pelos romanos a Kemet (Egito), levando o exército kushita a invadi-lo sob o comando de Amanirenas e do seu filho Akinidad, atacando a fortaleza de Assuam, resultando na captura de tropas romanas que haviam incendiando cidades e templos, entre elas o templo de Karnak, o exército kushita derrubou a estátua do imperador Augusto levando a cabeça para a cidade de Meroé como prêmio de guerra. Na realidade o domínio dessa poderosa rainha ainda é um enigma para os historiadores porque nesse período foram encontradas tropas fieis a Amanirenas espalhadas em diversas regiões da África, indicando que o Kushitas possuíam exércitos em todas a África. Heliodurus escreveu que os exércitos kushitas estavam espalhados em todas as regiões da África e apesar de Roma ter enviado uma força de 10.000 infantes, 800 cavaleiros e milhares de auxiliares, num total de cerca de 30.000 militares, no final seriam derrotados pelo poderoso exército de Amanirenas.

 No final, o imperador romano Cesar Augusto e o general Gaius Petronius forma obrigados a negociar a paz, recebendo mensageiros kushitas na ilha de Samos, no mar Egeu, com flechas de ouro enviadas pela Kandace Amanirenas com a seguinte mensagem: “Trata-se de um presente da kandace. Se você quer guerra, as mantenha porque vai precisar delas. Se você quer paz, aceita-as como um símbolo de minha cordialidade e amizade". Augusto César aceitou o presente e terminou a guerra.Entre as concessões feitas por Augusto foi a permissão que os Kushitas seguidores de Isis prosseguissem a sua adoração em Elefantina, cidade egípcia controlada pelos romanos, e o pagamento indenizatório para construção de templos em Kush, uma vez que alguns tinham sido destruídos pelos romanos. "

Um afro abraço.

fonte:https://books.google.com.br/books


sexta-feira, 6 de novembro de 2015

Nossa historia: Reino Zimbábue...


A Ruínas do Império Grande Zimbábue.
O Zimbabwe, Zimbábue, Zimbabué ou Zimbaué (do xona Zimbabwe, "Casa de Pedra") é um país da África Austral, anteriormente designado Rodésia do Sul e depois simplesmente Rodésia. É limitado a norte pela Zâmbia, a norte e a leste por Moçambique, a sul pela África
do Sul e a sul e oeste pelo Botswana. Sua capital é Harare.

O Zimbabwe, Zimbábue, Zimbabué ou Zimbaué (do xona Zimbabwe, "Casa de Pedra") é um país da África Austral, anteriormente designado Rodésia do Sul e depois simplesmente Rodésia. É limitado a norte pela Zâmbia, a norte e a leste por Moçambique, a sul pela África 
do Sul e a sul e oeste pelo Botswana. Sua capital é Harare.

Introdução
O continente africano sempre foi um dos locais favoritos do imaginário ocidental manifestar diversos simbolismos e fantasias. Um dos mais persistentes estereótipos vinculados ao território da África seria que suas terras sempre desenvolveram culturas nativas selvagens e perigosas – os famosos pigmeus, canibais e gigantescos negróides – ou etnias primitivas, quase semelhantes ao tipo de vida que nossos antepassados mais remotos.

A origem do imaginário geográfico e arqueológico sobre a África Para a cultura ocidental, a África banhada pelo Mediterrâneo sempre constituiu o local onde floresceram civilizações “sofisticadas”, como a egípcia, a cartaginesa e algumas colônias gregas. Para dentro do continente, só esperava-se o encontro do incógnito e de perigos inimagináveis. Um famoso relato da Antiguidade, o Périplo de Hanão (séc. V a.C.), por exemplo, descrevia uma viagem feita da cidade de Cartago para além das colunas de Hércules (Estreito de Gibraltar) até o

Golfo da Guiné. Entre os diversos perigos que enfrentaram os marinheiros, destaca-se o encontro de selvagens vestidos em roupas de pele (próximo ao rio Senegal) e seres humanos peludos – que denominaram de gorilas – próximo ao monte Camarões. Esse relato tornou-se famoso até a Idade Média, perpetuando a imagem das regiões africanas como sendo repletas de perigosos animais..

A civilização:
As ruínas da Civilização do Grande Zimbábue, datadas dos séculos XI e XII E.C. (Era Comum) nos mostram o quanto estávamos errados com essa visão.Construída por volta do século XI, esta vila murada com paredes de pedra, chamada de "As Ruínas do Grande Zimbábue", localiza-se próxima ao lago Mutirikwe, na atual nação do Zimbábue.
Espalhando-se por mais de 1,780 acres, o Grande Zimbábue foi, talvez, a maior cidade subsaariana africana de que se tem notícias. Depois de estudos minuciosos no terreno dentro e entorno dos muros, estudiosos estimam que o Grande Zimbábue era a casa de 10.000 a 20.000 pessoas.Essa cidade leva o nome de "Grande" Zimbábue porque é a maior de 200 outras comunidades (ou "zimbabwes" na liguagem Shona, uma das principais línguas faladas

no Zimbábue até hoje) já encontradas e que formavam o Reino do Zimbábue. que tem as
mesmas origens de outros povos do sul da África, como os Zulus. Ambos derivam da cultura Banta.


-Talvez por ser a maior cidade dentro desse grupo de 200 outras, pode-se supor que o "Grande Zimbábue" foi a capital do reino do Zimbábue durante os Séculos Xi e XII, onde os monarcas desse povo moraram.

"Hoje o que restou da cidade foi apenas uma grande muralha branca, feita de tijolos e pedras, chamada de "O Grande Cercado", o que servia como palácio real, complexo de templos, e centro da cidade." 


A estrutura da cidade contada com 2 linhas de muralhas, Uma muralha interna e outra externa, esta última com posto de vigia e balcões onde soldados vigiavam quase 360 graus em torno da cidade. entre essas 2 muralhas ficava uma grande torre de vigia, de quase 10 metros de altura. Dentro da cidade murada existiam muitas estrutura e casas, e os arqueólogos acreditam que essas estruturas faziam parte tanto do complexo de templos quanto do palácio do monarca do Zimbábue. 


Foram encontrados, também, uma imensa quantidade de artefatos arqueológicos dentro e fora das muralhas. Esses artefatos ajudaram os estudiosos a montar teorias de como eram e como viviam as pessoas do "Grande Zimbábue". Era uma sociedade muito complexa, com artesanato muito bem desenvolvido (artesãos fabricavam várias coisas usando lã, pedra-sabão, madeira, marfim, couro e argila) e um comércio vívido entre as outras comunidades e até outros povos da região. Outra coisa que espantou os cientistas foi o imenso conhecimento de Metalurgia que esse povo tinha. Além de fazer trabalhos muito elaborados em ouro e cobre, foram encontrados utensílios e armas de bronze e até mesmo em ferro, o que era raro para muitas tribos subsaarianas.
Por volta do século XV, a cidade foi abandonada devido à escassez de alimento nas redondezas, que já não conseguia mais manter a população. Há evidências de que a região estava sofrendo de um desflorestamento agudo, o que auxiliou no colapso alimentício e comercial.

Hoje em dia a cidade do "Grande Zimbábue" é um monumento nacional do atual Zimbábue e um Patrimônio da Humanidade declarado pela ONU.

Um afro abraço.


Claudia Vitalino.

Fontes: Wikipédia

Salgueiro 2009 1/12 - Tambor

quarta-feira, 4 de novembro de 2015

A expressão da escravidão moderna persiste apesar de diversos acordos e tratados internacionais

Passados 127 anos da abolição da escravatura, as relações de trabalho no Brasil apresentam,
ainda, características do período escravista. O regime de trabalho brasileiro é baseado na remuneração e no respeito aos direitos civis. Entretanto, a desigualdade socioeconômica, os limites de fiscalização e a impunidade favorecem a violação das regras jurídicas e a precarização das condições de trabalho. A escravidão mancha as relações de trabalho desde a antiguidade e se mostra atual e presente nas mais diversas economias mundiais, assim como no Brasil.

O trabalho escravo, característico de períodos colonizadores, era marcado pela captura e venda de pessoas para a realização de trabalho; o escravo era uma mercadoria, e o tráfico de pessoas, um mercado. Hoje, enquadram-se no regime de escravidão, para além da relação de compra e venda de pessoas, trabalhos exercidos sob coação, pressão, restrição de direitos e aplicação de punições, caso a atividade não seja realizada.

Apesar da escravidão está extinta, porém, em muitos países, principalmente onde a democracia é frágil, há alguns tipos de escravidão, em que mulheres e meninas são capturadas para serem escravas domésticas ou ajudantes para diversos trabalhos. Há ainda o tráfico de mulheres para prostituição forçada, principalmente em regiões pobres da Rússia, Filipinas e Tailândia, dentre outros países.

A expressão escravidão moderna possui sentido metafórico, pois não se trata mais de compra ou venda de pessoas. No entanto, os meios de comunicação em geral utilizam a expressão para designar aquelas relações de trabalho nas quais as pessoas são forçadas a exercer uma atividade contra sua vontade, sob ameaça, violência física e psicológica ou outras formas de intimidações. Muitas dessas formas de trabalho são acobertadas pela expressão trabalhos forçados, embora quase sempre impliquem o uso de violência.

Atualmente, há diversos acordos e tratados internacionais que abordam a questão do trabalho escravo, como as convenções internacionais de 1926 e a de 1956, que proíbem a servidão por dívida. No Brasil, foi somente em 1966 que essas convenções entraram em vigor e foram incorporadas à legislação nacional. A Organização Internacional do Trabalho (OIT)



trata do tema nas convenções número 29, de 1930, e 105, de 1957. Há também a declaração de Princípios e Direitos Fundamentais do Trabalho e seu Seguimento, de 1998.

De acordo com o relatório da OIT de 2001, o trabalho forçado no mundo tem duas características em comum: o uso da coação e a negação da liberdade. No Brasil, o trabalho escravo resulta da soma do trabalho degradante com a privação de liberdade. Além de o trabalhador ficar atrelado a uma dívida, tem seus documentos retidos e, nas áreas rurais, normalmente fica em local geograficamente isolado. Nota-se que o conceito de trabalho escravo é universal e todo mundo sabe o que é escravidão.

"Situações de abusos e descaso frente aos direitos trabalhistas aparecem em diversos espaços e setores econômicos brasileiros. Entretanto, é preciso destacar que essas situações tornam-se ainda mais graves e intensas nas relações de trabalho no campo, muitas vezes marcadas pela violência. Esses abusos são geradores de perseguições e conflitos envolvendo trabalhadores, capangas, militares, proprietários e órgãos políticos."

Brasil
Brasília, a capital do país, está localizada sob as coordenadas 15° 46’ 48’’ S e 47° 55’ 45’’ O. De acordo com dados da Comissão Pastoral da Terra, 25 mil pessoas, no Brasil, são submetidas a trabalhos forçados, concentrados no setor de agronegócio e na área urbana, imigrantes ilegais, principalmente latino-americanos, na produção têxtil na cidade de São Paulo. O Plano Nacional para a Erradicação do Trabalho Escravo (2003) apresenta uma política pública permanente de combate ao trabalho escravo. As atividades de fiscalização e apuração de denúncias são realizas por Grupos Móveis de Fiscalização do Ministério do Trabalho e Emprego.


Se liga no ranking lamentável:
O ranking foi feito respeitando a proporção sobre a população geral dos países. Se apenas o número absoluto de escravos fosse considerado, ele ficaria bastante diferente, com países mais populosos do mundo tomando a liderança, mas ainda forte presença de nações africanas:

Índia, China, Paquistão, Nigéria, Etiópia, Rússia, Tailândia, Congo, Mianmar e Bangladesh. 

"Na lista de 162 países, o Brasil aparece em 94º lugar, com um número estimado de 209.622 escravos. Confira os países que têm o maior número de escravos (em relação a sua população total)".


O trabalho escravo só tem a prejudicar a imagem do Brasil no exterior, sendo que as restrições comerciais são severas caso o país continue a utilizar de mão de obra análoga à escravidão. Como é público e notório que o Brasil usa trabalho escravo, sua erradicação é urgente, sobretudo para os trabalhadores, mas também para um bom relacionamento comercial internacional.

Um afro abraço.


Claudia Vitalino.

fonte:www.brasilescola.com\unegro formação

Dandara: Significa “princesa guerreira” ou “princesa negra”.

Mulher lutadora

Nós, brasileiros, passamos vários anos na escola aprendendo sobre todos os detalhes das vidas de Dom Pedro I e II, seus familiares, seus casos sexuais e viagens. Na televisão, os imperadores viram protagonistas de minisséries, enquanto os atores e atrizes negros são reduzidos a papéis de escravos sem profundidade. Grandes lutadores como Zumbi dos Palmares, Dragão do Mar e José Luiz Napoleão, são pouco mencionados. Aliás, eles são lembrados apenas no mês de novembro, em razão do Dia da Consciência Negra; mas as mulheres negras, que contribuíram de tantas formas na luta contra a escravidão e nas conquistas sociais do Brasil, nem sequer são mencionadas.

A historiografia brasileira pouco recupera a combatividade e o histórico de lutas do povo negro, como se este não tivesse sido um sujeito fundamental para as tensões políticas e sociais na História do Brasil. Mas a realidade é o melhor critério para a verdade. Estudando um pouco mais a fundo a história de nosso povo podemos descobrir os verdadeiros heróis e heroínas que tivemos e que deram suas vidas, lutando por liberdade, igualdade e pelo fim da escravidão. As mulheres negras escravizadas foram parte ativa e fundamental dessas lutas e aqui iremos recuperar a história dessas destemidas combatentes.

Uma das primeiras mulheres negras a ser um grande exemplo de luta para nossa história é Dandara, do quilombo dos Palmares, na Serra da Barriga, Pernambuco. Este foi o maior quilombo existente no Brasil Colonial do século XVII e ficou famoso por ser um símbolo da resistência negra por mais de um século, em pleno regime escravocrata no brasil. Todos nós já ouvimos falar de Zumbi dos Palmares. Porém, pouco se conhece sobre a história de

Dandara, uma das principais líderes desse quilombo e também companheira de Zumbi. No pouco que se sabe sobre sua história, ela fora ainda jovem para o Quilombo dos Palmares e quando adulta também fez parte do exército palmarino. Para isso aprendeu a lutar capoeira, a pegar em armas, e se tornou uma das principais líderes desse quilombo, dirigindo as falanges femininas nesse exército.

Dandara foi esposa de Zumbi e, como ele, também lutou com armas pela libertação total das negras e negros no Brasil; liderava mulheres e homens, também tinha objetivos que iam às raízes do problema e, sobretudo, não se encaixava nos padrões de gênero que ainda hoje são impostos às mulheres. E é precisamente pela marca do machismo que Dandara não é reconhecida ou sequer estudada nas escolas. Lamentavelmente, nem mesmo os movimentos negro e feminista mencionam Dandara com a frequência que deveriam. De um lado, o machismo, que embora conte com o trabalho árduo das mulheres negras, não lhes oferece posição de destaque e voz de decisão. Do outro, o racismo, que só tem memória para mulheres não negras.

O significado do nome Dandara é desconhecido, mas de acordo com a história do Brasil Colonial, esta teria sido uma negra escravizada guerreira, esposa da emblemática figura do Zumbi dos Palmares, e mãe de três filhos dele.

- "Por este fato, este nome acabou sendo associado a figura de uma mulher guerreira e protetora dos escravos".
Pouco se sabe sobre Dandara, e muito do que se conta, como seu suicídio em 1694, para evitar voltar a ser escrava, são especulações e lendas.

Um afro abraço.


Claudia Vitalino.
fonte:prosalivre.com/compartilhando-o-que-eu-li-na-semana

quinta-feira, 29 de outubro de 2015

"A Saúde da População Negr@s "

A socialização cultural coloca as pessoas e os grupos em posições de competição por status e
por recursos valorizados e isso ajuda a explicar como os atores sociais

desenvolvem estratégias para a obtenção de interesses específicos. Em sendo o racismo um fenômeno ideológico, sua dinâmica é revitalizada e mantida com a evolução das sociedades, das conjunturas históricas e dos interesses dos grupos. São esses predicados que fazem do racismo um “fabricante” e multiplicador de vulnerabilidades...

Para começo de conversa:
A noção de raça Em nosso país a noção de raça tem sido fundamental na organização dos princípios da sociedade. De acordo com alguns autores, a idéia de raça não pode ser considerada universal por não prescindir de uma fundamentação objetiva, “natural” ou biológica (Frota Pessoa, 1996; Santos RV, 1996). Para eles, a “fragilidade” terminológica e conceitual pode dificultar sua aplicação em estudos e pesquisas sobre saúde. Aqueles que defendem o uso do termo reiteram seu caráter mutável, plástico e afirmam que sua utilidade analítica está centrada, exatamente, na negação de uma fundamentação biológica e na confirmação de sua propriedade social e política plena (Fanon, 1983; Guimarães, 1995; Hasenbalg, 1996; Maggie,1996; López, 2000a,b; Perea, 2000; Goodman, 2000; Delgado, 2000). De acordo com estes autores, a utilização científica do termo permite compreender e intervir em certas ações (inter)subjetivamente intencionadas e orientadas, bem como em suas implicações e desfechos. Para Cashmore (2000), o conceito de raça poderia ser definido sob três prismas: 1. da classificação; 2. da significância; 3. da sinonímia. Do prisma da classificação, o termo designaria um grupo ou categoria de pessoas conectadas por uma origem comum; do prisma da significância, ele seria uma expressão, som ou imagem cujos significados, viabilizados somente por meio da aplicação de regras e códigos, seriam plásticos e mutantes; e, do prisma da sinonímia designaria um modo de entender e interpretar as diversidades por meio de marcadores inteligíveis. Ao apresentar as possíveis definições de raça, o autor relata que o termo entrou para a língua inglesa no começo do século XVI e que, até o começo do século XIX, foi usado principalmente para referir-se às características comuns apresentadas em virtude de uma mesma ascendência. Desde o início do século XIX foram atribuídos vários outros sentidos ao termo “raça”, contudo, os componentes fenotípicos da ascendência atraíam a atenção das pessoas tão prontamente que elas não eram capazes de perceber que a validade da raça como conceito dependia do seu emprego numa explicação.
Sim saúde e doença e tudo igual mais....
O Plano Nacional de Saúde Os Planos de Saúde, incluindo o nacional, são referidos na portaria
548/2001, que aprova as “Orientações Federais para a Elaboração e Aplicação da Agenda de Saúde, do Plano de Saúde, dos Quadros de Metas e do Relatório de Gestão” como instrumentos de gestão do SUS, logo, os Planos devem ser a base para as atividades e programas definidos para cada nível de direção do SUS, como previsto nas Leis Orgâ- nicas da Saúde – Lei nº 8.080/1990 e Lei nº 8.142/1990, Decreto nº 1.232/1994 (que define as bases para as transferências Fundo a Fundo) e no Decreto 1.651/1995 (que regulamenta o Sistema Nacional de Auditoria). Devem explicitar as intenções políticas, estratégias, prioridades e metas de governo, definindo, inclusive, suas propostas orçamentárias. Em função da necessidade instituída por um instrumento legal, ao concluir a elaboração do Plano Plurianual (PPA) 2004-2007 no âmbito da saúde, a Secretaria Executiva do Ministério da Saúde (SE/MS) decidiu iniciar a construção do Plano Nacional de Saúde (PNS). O processo foi concluído no segundo semestre de 2004, por ocasião da elaboração dos projetos da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) e da Lei Orçamentária Anual (LOA), com apreciação e aprovação do Conselho Nacional de Saúde (CNS). Entendendo o desafio a ser enfrentado, coube a SE/MS, no processo de formulação do PNS, a definição das estratégias a serem seguidas, as prioridades de investimento, a programação pactuada integrada e a racionalização do sistema mediante política de regionalização (SE/MS, 2004). O Plano Nacional de Saúde, enquanto instrumento de gestão do SUS, tem como uma de suas bases a formulação/revisão do PPA e deve conter as metas nacionais e regionais de saúde. Os princípios constitutivos do PNS são: • a análise da situação de saúde; • os princípios orientadores (arcabouço jurídico-legal e as diretrizes nos quais o instrumento se assenta); • os objetivos a serem alcançados (23 objetivos setoriais definidos a partir da orientação estratégica do Governo Federal, e que envolvem as dimensões social, econômica, regional, ambiental e democrática); • as diretrizes, com prioridades conferidas e as estratégias gerais adotadas • as metas; • o modelo de gestão, monitoramento e avaliação do Plano (gestão compartilhada das ações com estados e municípios, aliada à implementação do sistema de monitoramento).

Saúde da População Negra
De acordo com o Ministério da Saúde, as ações de saúde voltadas à população negra visam inserir o quesito raça-cor como instrumento de identificação de prioridades, programas e políticas públicas. Com isso, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) quer enfrentar questões importantes como a diferença entre os níveis de mortalidade infantil de negros e brancos menores de um ano. Dados da Fundação Instituto Brasileiro Geografia e Estatística (FIBGE)
apontam que, entre o período de 1977 a 1993, a redução da mortalidade infantil em menores de um ano de idade foi de 57%. No quesito raça/etnia, a partir da cor da mãe, a redução foi de 43% de menores de um ano de idade em brancos, enquanto na população negra foi de 25%, significamente menor.

A discriminação no sistema público de saúde é mais sentida pornegros do que brancos, segundo números da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) revelada em maio, e isso mostra que ela tem caráterracial. De toda a população branca atendida, 9,5% saem da unidade hospitalar com o sentimento de discriminação. O percentual é maior entre pretos (11,9%) e pardos (11,4%), ambas nomenclaturas adotadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) cuja soma representa a população negra. Menos pretos e pardos saem com avaliação "boa" ou "muito boa" do atendimento, 70,6% e 69,4%, em relação aos brancos, 73,5% deles satisfeitos. E esses são só os dados menos "objetivos", que dependem da opinião dos entrevistados. Os concretos (confira no gráfico abaixo) revelam que negros têm desvantagem em todos os quesitos pesquisados pela PNS: consultam menos médicos e dentistas, têm menos acesso a remédios receitados no atendimento, tiveram mais dengue, têm mais problemas de saúde que impedem alimentação, têm menos planos de saúde (exceto quando o empregador paga a conta, outro sinal de desigualdade), usam menos escova, pasta e fio dental.É difícil concluir a partir de dados se o racismo na saúde tem diminuído ou aumentado no Brasil porque faltam pesquisas. A PNS de 2015 com detalhamento por raça e cor é a primeira a fazê-lo.

Se liga: Mas há um indício disso nos números sobre mortalidade materna do SUS. Em 2004, 62.659 mulheres morreram em decorrência do parto, das quais 47% eram brancas e 43%, negras, a soma de pretas e pardas. Dez anos depois, em 2014, 63.408 mortes foram registradas. Delas, 42% eram brancas, e 53%, negras. Em um período de dez anos, portanto, não só aumentou o número de mulheres que continuam a morrer de complicações de uma gravidez, a condição da parcela negra piorou enquanto a da branca melhorou. Há a ressalva de que, em 2004, o preenchimento dos dados ainda era precário. Havia médicos que
assinalavam "branca" em vez de "preta" ou "parda" ao descrever a paciente na ficha. Naquele ano, as investigações sobre as mortes das mães também eram muito menores. Independentemente de melhorar ou piorar, o fato é que o quadro é grave.

"Reconhecendo as especifidades de gênero e raça será possível a criação de estratégias que efetivem a eqüidade na atenção à saúde da população negra."

Um afro abraço.
fonte:www.ufal.edu.br /unegro-saude

Favelas as grandes vítimas do coronavírus no Brasil

O Coronavírus persiste e dados científicos se tornam disponíveis para a população, temos observado que a pandemia evidencia como as desigual...