UNEGRO - União de Negras e Negros Pela Igualdade. Esta organizada em de 26 estados brasileiros, e tornou-se uma referência internacional e tem cerca de mais de 12 mil filiados em todo o país. A UNEGRO DO BRASIL fundada em 14 de julho de 1988, em Salvador, por um grupo de militantes do movimento negro para articular a luta contra o racismo, a luta de classes e combater as desigualdades. Hoje, aos 33 anos de caminhada continua jovem atuante e combatente... Aqui as ações da UNEGRO RJ

quarta-feira, 31 de dezembro de 2014

Avaliando 2014: País se diz negra ou parda estão sub-representada?!?!?!...

 Para o movimento negro o ano 2014 foi muito difícil , tivemos muitas perdas  embora o tema da igualdade racial vem ganhando cada vez mais evidência nas pautas sociais e de governo
nos últimos anos. As chamadas “ações afirmativas” propõem a redução da desigualdade na sociedade e o pagamento de uma “dívida histórica” que, segundo o governo, o Brasil tem com a população negra.Apenas 24% dos candidatos eleitos se declararam negros apenas 24% dos candidatos eleitos se declararam negros...

Pra começar....O projeto de branqueamento e a prática de contenção física da população negra não ficaram localizados em finais do século XIX e nas três primeiras décadas do XX. A década de 90 do século passado foi notabilizada pela implantação do neoliberalismo e pela contundente retórica genocida das elites mundiais.

Os teóricos do neoliberalismo ainda não abandonaram a perversa convicção que a pobreza é injusta aos homens vocacionados ao sucesso, pois obriga o Estado a desperdiçar recursos humanos e econômicos com alimentação, moradia, saúde e educação, logo emperra a capacidade de desenvolvimento do país. Em seus cálculos grande parcela da população mundial empobrecida é inapta para ser incorporada no desenvolvimento moderno e oferece perigo para estabilidade do sistema, logo é descartável. Cabe aos Estados desenvolvidos, modernos e democráticos oferecer propostas que dê resolução ao problema.

A UNEGRO, no documento "Extermínio Programado da População Negra", denunciou a pretensão imperialista contida no "Relatório Kinssiger" e a perversidade da elite brasileira exposta no documento da Escola Superior de Guerra (ESG) conhecido como "Estrutura do Poder Nacional para o Século XXI". Ambos buscam, em última instância, dar respostas concretas ao maior impasse do neoliberalismo: o que fazer para conter o crescimento das populações que proliferavam nos bolsões de miséria em todo planeta, visto que serão fatores de instabilidade ao status quo.

Essa compreensão foi a base teórica para a arquitetura política e ideológica que nos anos 90 sustentava abertamente a violência da polícia, esterilização generalizada das mulheres negras, negação de políticas sociais básicas que incidem na longevidade das pessoas

(trabalho e renda, saúde, educação, saneamento básico, previdência, etc.) e a existência de grupos de extermínios que dizimavam indiscriminadamente crianças negras, pobres e em situação de rua. Hoje vemos esses fenômenos se atualizando.

Ainda voltando...
O Brasil registra marcos importante na institucionalidade de órgãos de governo para questão racial, com enfoque na população negra

Nessa década o Brasil conquistou a Lei 10.639/03 que institui a obrigatoriedade do ensino da África e da Cultura Afrobrasileira nas escolas, a Secretaria Nacional de Políticas de Igualdade Racial - SEPPIR e uma rede composta por centenas de órgãos governamentais de igualdade racial nos âmbitos dos estados e municípios, cotas raciais nas universidades públicas, Estatuto da Igualdade Racial, pactuou a política de igualdade racial com a sociedade civil em duas conferências nacionais e garantiu a política no plano plurianual (PPA), inaugurou edital para produção cultural com foco no produtor negro, formou milhares de universitários negros pelas cotas e PROUNI, que comporão em muito breve a parcela média da sociedade brasileira.

Essas conquistas se somam a um universo de direitos obtidos no ordenamento jurídico nacional, as políticas públicas de igualdade racial em curso em todo país, conhecimentos científicos elaborados continuamente e um gigantesco acúmulo decorrente de séculos de existência do movimento negro, nas estruturas de combate ao racismo dos partidos, sindicatos e numa infinidade de instituições. Dito isso, é possível afirmar que Brasil detém o mais complexo sistema de combate ao racismo do mundo, mas, paradoxalmente, o impacto e as mudanças na qualidade de vida da população negra caminham aquém das necessidades da população negra visto que a democracia plena pressupõe que haja uma verdadeira igualdade de oportunidades para todas e todos. Sem isso, continuarão as discriminações enviesadas, sendo relegados aos pobres e principalmente aos afro-descendentes, um hercúleo esforço de ascensão social ou os bafejos da sorte

Os negros no Brasil ainda são a parcela populacional que recebem as piores remunerações, ocupam os piores postos de trabalho, superlotam os cárceres, sobrevivem em habitações precárias, dentre outras desvantagens que impactam de maneira mais aguda na população negra, ou seja, o racismo ainda é um elemento fortemente presente na organização do tecido social brasileiro.

O Censo Demográfico de 2010, realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), aponta que a população brasileira é composta por 47,7% de brancos e 50,7% de negros. Considerando a população das favelas, essa proporção muda radicalmente, sendo 68,3% de negros diante de 30,5% de brancos, ou seja, mais que o dobro.

No ano que completa dez anos da nova abordagem do Estado brasileiro no combate ao racismo os governantes e a sociedade civil devem colocar parte de suas energias para aumentar a eficácia e efetividade das políticas e promover negros e negros nos espaços de poder. Hoje achegamos a quase 60% da população e as politicas ainda excluem a ainda excluem este maioria da sociedade porque encontram severas resistências nos setores elitistas da sociedade. Não custa nada lembrar que o Brasil foi o último país a decretar o fim da chaga da escravidão.

As forças democráticas e populares sempre se bateram pelo fim da cultura da exclusão....

Os esforços el a luta dos movimentos negros, tem conseguido impulsionar essas reivindicações mais do que justas. Mais do que necessárias!”

Muito bem! , a fração de políticos negros corresponderá a pelo menos dois terços dos que assim se declararam, não podendo ser inferior a um quinto nem superior à metade…

Comecemos do óbvio. Para o racialismo, “mestiço” é considerado, sociologicamente falando, um “negro”. Ora, tal lei reservaria, então, pelo menos 102 cadeiras para esse grupo. Se há coleguinhas com tempo, esse levantamento pode ser feito: tenho a certeza de que o número de negros e mestiços na Câmara já superou essa marca. Mas atenção! E se, por qualquer razão, o Brasil quiser mais do que 50% de negros e mestiços na Câmara? Será a lei a impedi-lo?

A Nossa  realidade: Eleições 2014: Congresso Nacional permanecerá desigual
Eleições 2014 infelizmente demonstram que o Brasil não avançou na equidade e representatividade na política. Negros(as), mulheres, indígenas e jovens continuarão sub-

representados nos próximos 4 anos no Congresso Nacional. Importante ressaltar que, pela primeira vez na história, o Brasil tem o dado oficial do perfil racial do Parlamento, informação que pode passar a impactar o debate sobre democratização do processo eleitoral e acesso aos espaços de poder de grupos historicamente excluídos da vida política.

Os dados são desanimadores: para o cargo de deputado federal, foram eleitas somente 51 mulheres (9,9%), ao passo que se elegeram 462 homens (90,10%); no Senado foram 5 mulheres (18,5%) e 22 homens (81,5%). Considerando então o Parlamento como um todo (540 cargos), as mulheres representam 10,37% – em 2010 foram 9,2% de um total de 567 cargos. Das mulheres eleitas, 12 se declararam negras, 11 na Câmara e 1 no Senado. Importante ressaltar que pela primeira vez na história os partidos conseguiram cumprir a cota de equidade de gênero imposta pela Lei 9.504/97, mas os dados demonstram que estas candidatas não conseguiram chegar ao poder. Deve ser dito, ainda, que a cota apenas determina o mínimo (30%), mas o ideal seria ter paridade entre homens e mulheres em todas as etapas do processo eleitoral.

Quanto à idade dos candidatos eleitos, 4,3% tem menos de 29 anos, significando que os jovens também seguiram sub-representados, já que entre as candidaturas representavam 6,8% do total (considerando todos os cargos), e 6,4% concorrendo para Câmara e Senado.

Em outubro de 2014, o Inesc realizou o Seminário Desigualdades no Parlamento: Sub-representação e Reforma do Sistema Político, onde apresentou os dados com relação ao perfil dos candidatos e candidatas às Eleições 2014, considerando as variáveis sexo, raça/cor e idade, em relação com a distribuição regional e partidos políticos. À época, os dados demonstraram que as candidaturas continuavam a refletir desigualdades intrínsecas da sociedade brasileira com relação às relações de gênero e étnico-raciais, assim como geracional. O resultado das eleições demonstra que, na corrida eleitoral, isso se agrava, e equidade ficou comprometida.

Isso pode ser explicado por um conjunto de fatores que interferem no voto: desde o financiamento privado de campanhas, que geralmente são canalizados para candidatos homens, brancos, com maior poder aquisitivo e que acabam por ter mais tempo de exposição na mídia; até a própria discriminação do eleitor em relação a determinados perfis, dado que ainda não superamos o racismo e o sexismo em nossa sociedade.
Nenhum dos governadores e senadores eleitos em 2014 se declarou negro
Dos 27 governadores e 27 senadores eleitos em 2014, não há nenhum que tenha declarado ser negro à Justiça Eleitoral...
Dentre os governadores eleitos, seis disseram ser pardos: Waldez (PDT-AP), José Melo (PROS-AM), Rui Costa (PT-BA), Pedro Taques (PDT-MT), Simão Jatene (PSDB-PA) e Confúcio Moura (PMDB-RO). O futuro governador do Piauí, Wellington Dias (PT), declarou ter

a pele amarela. Todos os demais se apresentam como brancos.Já no caso dos senadores eleitos na última votação, apenas cinco se declararam pardos: Gladson Cameli (PP-AC), David Alcolumbre (DEM-AP), Romário (PSB-RJ), Fátima Bezerra (PT-RN) e Telmário Mota (PDT-RR). Todos os demais disseram ser brancos.

Como esta foi a primeira eleição em que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) inseriu a pergunta sobre a cor da pele na ficha de inscrição dos candidatos, não é possível afirmar como se declaram os 54 senadores que foram eleitos em 2010.

CANDIDATOS – Antes mesmo de passar pelo crivo da urna, os negros já eram minoria entre os 22.321 candidatos que disputaram algum cargo eletivo nas eleições de 2014. Desse total, apenas 2.050 afirmaram ser da cor negra, o equivale a apenas 9,18% do número de postulantes.

A maioria dos candidatos era branca, o equivalente a 55,61% do total. Em seguida, vinham os pardos, com 34,4%. Dentre os brasileiros que disputaram a última eleição, apenas 0,47% disseram ser ter a cor amarela e 0,34% alegou ser indígena.

 - Dos 11 candidatos à Presidência da República, apenas a ex-senadora Marina Silva (PSB) havia se declarado negra. Todos os demais, inclusive o ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos, que faleceu durante a campanha, disseram ser brancos.

Dos candidatos a governador, apenas 9,15% eram negros. Na disputa para o Senado em todo o País, havia apenas 8,38% de candidatos da população negra. Para a Câmara Federal, o grupo representava apenas 9,57% do total de postulantes.

Maioria dos deputados estaduais eleitos no Rio é branca...
Dos deputados estaduais eleitos no Rio de Janeiro, 14,28% são negros. Dos 70 escolhidos pela população no último domingo (5) para compor a Assembleia Legislativa no próximo ano, nove se declararam pardos. A única de cor preta - classificação racial usada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) - é a deputada Enfermeira Rejanane do PCdoB, segundo levantamento feito pelo Radiojornalismo da Empresa Brasil de Comunicação (EBC).

Os que se declararam pardos foram Benedito Alves (PMDB), Carlos Macedo (PRB), Janio Mendes (PDT), João Peixoto (PSDC), Marcia Jeovani (PR), Marcio Canella (PSL), Rogerio Lisboa (PR), Samuel Malafaia (PSD) e Tia Ju (PRB)

Os que se declararam Negro: Deputada Enfermeira Rejane(PC do B)

Esta foi a primeira eleição em que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) exigiu a autodeclaração

de raça/cor, por isso não é possível saber se cresceu ou diminuiu o número de negros eleitos. Seguindo a terminologia oficial do IBGE, os candidatos tiveram que registrar se eram brancos, pardos, pretos, amarelos ou indígenas.

O professor de teoria política da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), Darlan Montenegro, acredita que a falta de representantes negros eleitos é reflexo de uma sociedade racista. “As pessoas, quando vão votar, tendem a selecionar os brancos. Esse corte também existe em termos de gênero. Apesar da existência das cotas para candidatas, na hora de votar as pessoas preferem escolher os homens. A escolha de homens e de brancos não é porque eles são mais competente e capazes do que mulheres e negros e pardos, é por uma visão preconceituosa, discriminatória", disse ele...

Entre os eleitos, o número de negros cai consideravelmente. Apenas 14% dos que irão assumir o cargo não se declararam brancos. Nenhum dos dois candidatos indígenas (0,1%) foi eleito e não houve quem se declarou amarelo.

Quando falo em voto negro, digo no sentido de demanda de políticas de combate ao racismo, de agregar reivindicações que o movimento social exige. Se esses candidatos eleitos, por terem uma autodeclaração de afrodescendentes, estiveram engajados nisso, eu acho que teremos um avanço. Mas. se eles não tiverem, não muda nada. Não se trata de uma questão visual.”

Mais da metade da população do estado do Rio se autodeclaram negra. A soma de pretos e pardos corresponde a 51,7% dos residentes no estado. De acordo com o Censo Demográfico de 2010 do IBGE, 12,4% dos habitantes são pretos e 39,3% são pardos.

Se liga na pautas que precisamos ainda trabalhar...

- Exigir incorporação de negros e negras nos cargos comissionados, em todos os escalões.
- Exigir a instituição de organismos de promoção da igualdade racial (secretarias, coordenadorias ou assessorias).
- Estimular a criação de frentes parlamentares de igualdade racial principalmente nas Câmaras de Vereadores de todos os municípios a partir de 200 mil habitantes.
- Criar conselhos de igualdade racial em todos os municípios, principalmente naqueles a partir de 200 mil habitantes.
- Exigir a elaboração de planos de igualdade racial com metas quantitativas e orçamentárias.
- Exigir a imediata implantação do Estatuto da Igualdade Racial.
- Exigir a inclusão do movimento negro como beneficiário de políticas de igualdade racial.

Isso pode ser explicado por um conjunto de fatores que interferem no voto: desde o financiamento privado de campanhas, que geralmente são canalizados para candidatos homens, brancos, com maior poder aquisitivo e que acabam por ter mais tempo de exposição na mídia; até a própria discriminação do eleitor em relação a determinados perfis, dado que ainda não superamos o racismo e o sexismo em nossa sociedade.

Bem gente, no que se refere a auto-declaração quanto ao quesito raça/cor, nenhum indígena foi eleito para o Parlamento Federal. Quanto aos negros, foram eleitos para a Câmara 106 candidatos que se auto-declararam negros (somatória de pretos+pardos), representando 20,7% do total: os brancos foram 407 (79,3%). No Senado, foram eleitos 5 negros e 22 brancos. A composição total do Congresso Nacional, portanto, é de 20,5% de negros e 79,5% de brancos. Considerando que a população negra no Brasil representa 52% da população, podemos dizer que o Legislativo não reflete, mais uma vez, a composição étnico-racial da sociedade. O partido político que elegeu mais negros foi o PT (18 Deputados), seguido do PSB (10) e PRB (10). No Senado, os 5 negros eleitos pertencem aos partidos PT, PSB, PP, PDT e DEM.

Finalizando....
Os dados são desanimadores: para o cargo de deputado federal, foram eleitas somente 51 mulheres (9,9%), ao passo que se elegeram 462 homens (90,10%); no Senado foram 5 mulheres (18,5%) e 22 homens (81,5%). Considerando então o Parlamento como um todo (540 cargos), as mulheres representam 10,37% – em 2010 foram 9,2% de um total de 567 cargos. Das mulheres eleitas, 12 se declararam negras, 11 na Câmara e 1 no Senado. Importante ressaltar que pela primeira vez na história os partidos conseguiram cumprir a cota de equidade de gênero imposta pela Lei 9.504/97, mas os dados demonstram que estas candidatas não conseguiram chegar ao poder. Deve ser dito, ainda, que a cota apenas determina o mínimo (30%), mas o ideal seria ter paridade entre homens e mulheres em todas as etapas do processo eleitoral.

É desanimadores e o perfil das candidaturas devem ser alvo de reflexão pela sociedade. Um primeiro passo, deve ser pensado como realizar um ajuste imediato no processo eleitoral, visando a promoção da equidade de gênero e raça, por exemplo estabelecendo cotas para negros e negras nos partidos. A longo prazo, a Reforma do Sistema Político deve ser discutida de forma ampla e democrática, a fim de que a própria

estrutura do sistema político seja aperfeiçoada, alterando critérios para composição partidária, o formato das campanhas e as regras para votação: destaca-se o urgente e necessário fim do financiamento privado de campanha, hoje, o fator que mais promove desigualdades no Parlamento, e que também é um aspecto que gera a corrupção generalizada nos partidos.

Um afro abraço.
fonte:veja.abril.com.br/blog/reinaldo/tag/cotas-raciais/agenciabrasil.ebc.com.br/...

quinta-feira, 25 de dezembro de 2014

Só pra relembrar:Raça...

- Pra começo de conversa-A raça é um conceito que obedece diversos parâmetros para classificar diferentes
populações de uma mesma espécie biológica de acordo com suas características genéticas ou fenotípicas; é comum falar-se das raças de cães ou de outros animais.

Mais quantos no referimos a raça humana é um sistema de classificação usado para categorizar os seres humanos em grupos ou populações grandes e distintas divididos por aspectos anatômicos, culturais, étnicos, genéticos, geográficos, históricos, linguísticos, religiosos e sociais. Usado em primeiro lugar para se referir a falantes de uma idioma comum e, posteriormente, para denotar filiações nacionais. No século XVII, iniciou-se o uso do termo para relacionar os traços físicos observáveis das pessoas. Tal uso promoveu hierarquias favoráveis ​​a diferentes grupos étnicos. A partir do século XIX, o termo passou a ser usado frequentemente, em um sentido taxonômico, para designar as populações humanas geneticamente diferentes, definidas pelo fenótipo.
As concepções sociais e agrupamentos de raças variaram ao longo do tempo, envolvendo taxonomias populares que definem tipos essenciais de indivíduos com base em traços observáveis. Os cientistas consideram o essencialismo biológico obsoleto, e, geralmente, desencorajam explicações raciais para diferenciações coletivas em relação a traços físicos e/ou comportamentais.
Mesmo que haja um amplo consenso científico de que conceituações essencialistas e tipológicas de raça em humanos sejam insustentáveis​, cientistas de todo o mundo continuam a conceituar o termo "raça" de maneiras muito diferentes, algumas das quais com

implicações essencialistas. Embora, por vezes, alguns pesquisadores usem o conceito de "raça" para fazer distinções entre conjuntos difusos de traços físicos, outros na comunidade científica sugerem que a ideia de raça muitas vezes é usada de uma maneira ingênua ou simplista e argumentam que, entre os seres humanos, o termo não tem importância taxonômica, apontando que todos os humanos vivos pertencem à mesma espécie (Homo sapiens) e subespécie (Homo sapiens sapiens).

Desde a segunda metade do século XX, as associações do conceito de raça com ideologias e teorias que se desenvolveram a partir do trabalho de antropólogos e fisiologistas do século XIX, tornou o uso da palavra "raça" em si problemático. Apesar de ainda ser usado em contextos gerais, a palavra raça tem sido muitas vezes substituída por outras palavras que são menos ambíguas e emocionalmente carregadas, como populações, povos, grupos étnicos ou comunidades, dependendo do contexto

Diferenças entre raça e etnia
Hoje em dia, a maioria dos cientistas estudam as variações genotípicas e fenotípicas humanas usando conceitos tais como "população" e "gradação clinal". Muitos antropólogos debatem se enquanto os aspectos nos quais as caracterizações raciais são feitas podem ser baseados em fatores genéticos, a idéia de raça em si, e a divisão real de pessoas em grupos de características hereditárias selecionadas, seriam construções sociais

Embora seja dito muitas vezes como sinônimos, existem certas diferenças entre raça e etnia. Raça se expressa nas características visíveis da pessoa, ela engloba as características físicas, tais como tonalidade de pele, formação do crânio e do rosto e tipo de cabelo.

A etnia também se refere a isso, mas ela vai além das características físicas da pessoa, ela inclui a cultura, nacionalidade, afiliação tribal, religião, língua e tradições.


Vale lembrar entretanto que numerosas gerações de estudantes foram educados por esta teoria. A cartilha francesa de 1887 , na qual os franceses da época aprendiam história começava assim: Distinguem-se três raças humanas:

A raça negra (descendentes de Cam) povoou a África, onde ela ainda vegeta;

A raça amarela (descendentes de Sem) se desenvolveu na Ásia oriental, e os chineses, seus
mais numerosos representantes, gente de espírito positivo, hábeis em artes úteis, mas poucos preocupados com o ideal, atingiram uma civilização relativa onde estão imobilizados desde muito tempo;

A raça branca que nos interessa especialmente conhecer, dominou e domina ainda o mundo. 

Que mais tarde foram subdivididas entre as várias raças humanas, que usamos hoje é quatro principais são:

Caucasianos: De origem europeia, norte-americana, árabes e até indiana. Com exceção dos mediterrânicos, tem nariz estrito, lábios delgados e cabelos lisos ou ondulados. Tem como principais características pele e olhos claros. Veja o site penteados de cabelo e confira novidades!

Mongoloides: De origem asiática, apresentam a tonalidade de pele amarelada, cabelos lisos, rosto achatado ou largo e nariz de forma variada. Variaram dessa raça os esquimós e índios americanos.

Australóides: Tem como características os olhos escuros, cabelo encaracolado e nariz largo. A tonalidade da pele é escura, quase negra.

Negros: De origem africana, apresentam as características de pele escura, olhos escuros, lábios grossos, nariz achatado e cabelos crespos.

Antiguidade
O Antigo Testamento dividia os homens em filhos de Cam, filhos de Sem e filhos de Jafé. Aqui também só se trata dos povos que eram conhecidos pelos judeus. É entretanto nessas três categorias que durante a Idade Média tentou-se encaixar todos os homens que os viajantes identificavam existir na face da Terra.A primeira diferenciação conhecida de grupos humanos fundamentada em suas características físicas aparentes é, sem dúvida, a dos

antigos egípcios: Os Rot ou Egípcios, com cabelo crespo e pintados em vermelho (em hebraico אדום podendo significar, ou aparecer em literatura antiga ruivo, como David); os Namou, amarelos com nariz aquilino; os Nashu, negros com cabelos crespos; os Tamahou, loiros de olhos azuis. Mas esta classificação só se aplicava às populações vizinhas ao Egito.

Entre os gregos da antiguidade as divisões entre povos existiam, mas não eram fundamentadas em critérios biológicos absolutos. Assim, o que faz a diferença entre um grego e um bárbaro não é sua origem, mas sim seu conhecimento da cultura e língua gregas. Existem por exemplos filósofos gregos de origem semítica (como Zenão de Cítio, descrito como um homem de pele morena), sem que isso tenha levado à discriminação (por mais que os gregos zombassem dos erros no uso de sua língua).

Era clássica
No final do século XV o fim da reconquista na Península Ibérica vê o surgimento da ideia de uma "pureza de sangue" (limpieza de sangre) que deveria ser protegida da "sujeira" dos descendentes de judeus sefaraditas, e mouros árabes. Outro debate surge ainda na época da descoberta das Américas, particularmente na controvérsia de Valladolid: onde encaixar, nas teorias existentes, os indígenas do novo mundo? As primeiras "justificativas" da ideia de diferenças, físicas e de civilização, levadas a uma inferiorização do estrangeiro, consistiriam em sustentar que eles não teriam alma, e por conseguinte, não seriam seres humanos. O mesmo seria dito a seguir para justificar o tráfico negreiro.

Na era clássica a noção de "raça" faz sua aparição no discurso da "guerra de raças" estudado por Michel Foucault em sua obra Em defesa da sociedade (1975-1976). Henri de Boulainvilliers (Essai sur la noblesse de France -- Ensaio sobre a nobreza da França -- 1732) é um de seus representantes. Este discurso se distingue amplamente do racismo biológico

doséculo XIX pois concebe a "raça" como um dado histórico e não essencial. Além disso ele opõe no seio da nação francesa duas raças, os Galo-Romanos (franceses do Sul e Sudoeste) e os Francos (franceses do Norte e Nordeste). Membros da aristocracia, estes últimos reinariam na França em virtude do direito de conquista, e a história da França seria a história do enfrentamento dessas duas raças, uma autóctone (os Galo-Romanos, considerados uma raça inferior), a outra alóctone (os Francos, considerados superiores).

O termo "raça" era usado então de forma metafórica para designar uma ou outra população específica. Assim como emCorneille ao escrever de futuras gerações nas suas Stances à Marquise:



Chez cette race nouvelle

Où j'aurai quelque crédit

Vous ne passerez pour belle

Qu'autant que je l'aurai dit

- Os negros no Brasil.

Como no Brasil há uma mistura de raças muito forte, algumas se tornaram principais no país, além das quatro citadas acima. São elas:

Negro: descendente de africano.

Mestiços: Mistura de duas ou mais raças.


Mulato: Descendente de branco com negro.

Caboclo: Descendente de branco com índio.

Cafuzo: Descendente de negro com índio.

Apos a descoberta do Brasil, ele também foi colonizado pelos portugueses, apesar do país ser habitado pelos índios.
Após a colonização, os portugueses trouxeram os negros para serem escravos no país. A partir daí, implica-se dizer que os principais grupos a habitar o país foram os portugueses, índios e negros. Esses grupos ajudaram a construir a mistura de raças que compõe o país atualmente. Além deles, vieram os italianos, japoneses, espanhóis, entre outros.

A partir dessa união de raças desenvolveu-se o que é o país hoje em dia, e como passaram a ser criados novos costumes e tradições, nascendo assim a etnia.

Um afro abraço.

fonte:www.guiaderacas/www.respondi.com.br/fotosne\unegroformação.t

As Rosas não falam - Vanessa da Mata (Som Brasil - Cartola)

domingo, 21 de dezembro de 2014

Uma Reflexão sobre a arvore Genealogia de Jesus Cristo...

A Genealogia de Jesus está relatada em dois dos quatro Evangelhos, Mateus e Lucas.Estes relatos são substancialmente diferentes. Várias explicações têm sido sugeridas e tornou-se
tradicional desde, pelo menos, 1490 pressupor que a genealogia dada por Lucas foi traçada através de Maria e que a Mateus o faz através de José. Acadêmicos modernos geralmente vêem as genealogias como construções teológicas. Mais especificamente, sugere-se que as genealogias foram criadas com o objetivo de justificar o nascimento de uma criança com linhagem real.

Os dois evangelhos que falam da infância do menino Jesus dizem apenas:

"Tendo jesus nascido em Belém da Judéia, no tempo do rei Herodes... (Mateus 2,1).

 Naqueles dias apareceu um edito de César Augusto, ordenando o recenseamento... Também José subiu de nazaré para a cidade de Belém... Enquanto lá estavam completaram-se os dias para o parto, e ela deu á luz seu filho primogênito (Lucas 2,1-7).

No primeiro capítulo de Mateus encontramos a genealogia de Jesus a partir de Abraão. Em Lucas, capítulo 3, encontra-se uma genealogia que remonta a “Adão, filho de Deus”. A genealogia de Jesus é a única fornecida nas Escrituras Gregas Cristãs. Parte desta genealogia aparece em 1 Crônicas, capítulos 1 a 3, desde Adão, passando por Salomão e Zorobabel. Os livros de Gênesis e de Rute, em conjunto, fornecem a linhagem de Adão a Davi.

As últimas três listas (Gênesis/Rute, 1 Crônicas e Lucas) concordam plenamente desde Adão até Arpaxade (Arfaxade), com pequenas diferenças quanto a certos nomes, tais como Quenã, que é “Cainã”, em Lucas 3:37. As listas de Crônicas e de Gênesis/Rute concordam até Davi, encontrando-se no relato de Lucas outro “Cainã” entre Arfaxade e Selá. — Lu 3:35, 36.


Desde Salomão até Zorobabel, o registro de Crônicas e Mateus concordam de modo geral, sendo que Mateus omite alguns nomes. Estas diferenças, e as diferenças no relato de Lucas, desde Davi até Jesus, serão consideradas mais adiante.

 GENEALOGIA, mostra que, além de muitos registros familiares, particulares, os judeus mantinham registros públicos de genealogias, e que cronistas tais como Esdras tinham acesso a eles, ao compilarem suas listas; também, que existiam registros públicos no primeiro século, evidentemente até 70 EC. A questão de o Messias descender de Abraão, através de Davi, era para eles de importância primária. De modo que podemos confiar em que tanto Mateus como Lucas consultaram estas tabelas genealógicas.


Confiabilidade das Genealogias nos Evangelhos. Surge a questão: Por que omite Mateus alguns nomes contidos nas listas de outros cronistas? Em primeiro lugar, para se provar uma genealogia, não é necessário dar o nome de cada elo na linhagem. Por exemplo, Esdras, para provar sua linhagem sacerdotal, em Esdras 7:1-5, omitiu diversos nomes constantes na lista da linhagem sacerdotal em 1 Crônicas 6:1-15. Obviamente, não era essencial dar o nome de todos estes antepassados para satisfazer os judeus quanto à linhagem sacerdotal dele. Algo similar ocorre com Mateus: Sem dúvida, ele usou o registro público e copiou dele, se não todos os nomes, pelo menos os necessários para provar que Jesus descendia de Abraão e de Davi. Ele tinha também acesso às Escrituras Hebraicas, que podia consultar junto com os registros públicos oficiais.

— Compare Ru 4:12, 18-22, com Mt 1:3-6.
As listas tanto de Mateus como de Lucas eram de nomes publicamente reconhecidos como autênticos pelos judeus daqueles tempos. Os escribas e os fariseus, bem como os saduceus, eram ferrenhos inimigos do cristianismo, e eles se valeriam de qualquer argumento possível para desacreditar Jesus, mas é digno de nota que nunca questionaram estas genealogias. Se a genealogia de Jesus, apresentada quer por Mateus, quer por Lucas, estivesse errada, que

oportunidade isso teria sido para estes oponentes provarem isto na ocasião! Pois, até 70 EC, eles evidentemente tinham livre acesso aos registros genealógicos públicos e às Escrituras.

O mesmo se dá com os inimigos pagãos do cristianismo, no primeiro século, muitos dos quais, assim como aqueles judeus, sendo homens eruditos, teriam indicado prontamente qualquer evidência de que estas listas de Mateus e de Lucas não eram autênticas e eram contraditórias. Mas não há registro de que estes primitivos inimigos pagãos atacassem os cristãos nesta base.

Também, tanto Mateus como Lucas alcançaram seu objetivo, e isso era tudo o que era necessário. Para provar que Jesus descendia de Abraão e de Davi, não era necessário criar uma nova genealogia. Tudo o que tinham de fazer era copiar tabelas públicas que a nação aceitava plenamente com respeito à linhagem de Davi e do sacerdócio, e todos os outros assuntos que exigiam prova da linhagem da pessoa. (Veja Lu 1:5; 2:3-5; Ro 11:1.) Mesmo que houvesse omissões nestas tabelas, isso não detrairia daquilo que esses escritores de Evangelhos pretenderam e realmente conseguiram fazer, a saber, apresentar prova legal e publicamente reconhecida da genealogia de Jesus, o Messias.

Problemas na Genealogia de Jesus Registrada por Mateus. Mateus divide a genealogia de Abraão a Jesus em três seções de 14 gerações cada uma. (Mt 1:17) Esta divisão pode ter sido feita como ajuda para a memória. No entanto, ao contarmos os nomes, verificamos que totalizam 41, em vez de 42. Uma sugestão a respeito de como podem ser contados é a seguinte: Contar os nomes de Abraão até Davi, 14 nomes; usar então Davi como nome inicial do segundo grupo de 14, tendo Josias por último; finalmente, encabeçar a terceira série de 14 nomes com Jeconias (Joaquim) e terminá-la com Jesus. Note que Mateus repete o nome de Davi como o último dos primeiros 14 nomes e como o primeiro dos próximos 14. Daí, ele repete a expressão “deportação para Babilônia”, que ele relaciona com Josias e seus filhos. — Mt 1:17.

Conforme já declarado, Mateus pode ter copiado sua lista de forma exata do registro público que ele usou, ou pode ter propositadamente omitido alguns elos, pretendendo ajudar a memória. No entanto, uma sugestão a respeito da omissão aqui de três reis da linhagem de Davi, entre Jeorão e Uzias (Azarias), é que Jeorão se casou com a iníqua Atalia, filha de Jezabel, da casa de Acabe, introduzindo assim esta estirpe condenada por Deus na linhagem dos reis de Judá. (1Rs 21:20-26; 2Rs 8:25-27) Após mencionar Jeorão como primeiro na aliança iníqua, Mateus omite os nomes dos próximos três reis até a quarta geração, Acazias, Jeoás e Amazias, os frutos desta aliança. — Compare Mt 1:8 com 1Cr 3:10-12.

Mateus indica que Zorobabel era filho de Sealtiel (Mt 1:12), e isto coincide com outras referências. (Esd 3:2; Ne 12:1; Ag 1:14; Lu 3:27) No entanto, em 1 Crônicas 3:19, Zorobabel é
chamado de filho de Pedaías. Evidentemente, Zorobabel era filho do próprio Pedaías e filho legal de Sealtiel, em razão de casamento de cunhado; ou, possivelmente, depois de falecer Pedaías, pai de Zorobabel, este foi criado por Sealtiel como seu próprio filho e por isso passou a ser reconhecido legalmente como filho de Sealtiel.

Um Problema na Genealogia de Jesus Registrada por Lucas.
Cópias manuscritas disponíveis de Lucas alistam um segundo “Cainã” entre Arfaxade (Arpaxade) e Selá. (Lu 3:35, 36; compare isso com Gên 10:24; 11:12; 1Cr 1:18, 24.) A maioria dos peritos considera isso como erro de copista. Nas Escrituras Hebraicas, não se encontra “Cainã” nesta posição relativa nas listas genealógicas nos textos hebraico e samaritano, nem em qualquer dos Targuns ou das versões exceto na Septuaginta grega. E não parece que se encontrava mesmo nas primitivas cópias da Septuaginta, porque Josefo, que usualmente seguia a Septuaginta, alista a seguir Seles (Selá) como filho de Arfaxades (Arpaxade). (Jewish Antiquities [Antiguidades Judaicas], I, 146 [vi, 4]) Os antigos escritores Irineu, Africano, Eusébio e Jerônimo rejeitam o segundo “Cainã” como interpolação nas cópias do relato de Lucas. — Veja CAINÃ N.° 2.


Por que diferem as genealogias de Jesus Cristo conforme apresentadas porMateus e por Lucas?


A diferença entre quase todos os nomes na genealogia de Jesus registrada por Lucas em comparação com a apresentada por Mateus é prontamente resolvida pelo fato de que Lucas traçou a linhagem de Jesus através de Natã, filho de Davi, em vez de através de Salomão, conforme fez Mateus. (Lu 3:31; Mt 1:6, 7) Lucas, evidentemente, segue os antepassados de Maria, mostrando assim ter sido Jesus descendente natural de Davi, ao passo que Mateus mostra o direito legal de Jesus ao trono de Davi, por ele descender de Salomão através de José, que eralegalmente o pai de Jesus. Tanto Mateus como Lucas indicam que José não era
o pai verdadeiro de Jesus, mas apenas seu pai adotivo, que lhe concedeu o direito legal. Mateus se afasta do estilo usado em toda a sua genealogia quando chega a Jesus, dizendo: “Jacó tornou-se pai de José, marido de Maria, da qual nasceu Jesus, que é chamado Cristo.” (Mt 1:16) Note que ele não diz que ‘José tornou-se pai de Jesus’, mas que ele era “marido de Maria, da qual nasceu Jesus”. Lucas é ainda mais incisivo quando, depois de primeiro mostrar que Jesus na realidade era o Filho de Deus por intermédio de Maria (Lu 1:32-35), ele diz: “Jesus . . . sendo, como era a opinião, filho de José, filho de Eli.” — Lu 3:23.

Visto que Jesus não era filho do próprio José, mas era o Filho de Deus, a genealogia de Jesus, por Lucas, provaria que ele era, por nascimento humano, filho de Davi, por meio da sua mãe, Maria. Sobre as genealogias de Jesus, apresentadas por Mateus e por Lucas, Frederic Louis Godet escreveu: “Este estudo detalhado do texto nos leva assim a admitir — 1. Que o registro genealógico de Lucas é o de Eli, avô de Jesus; 2. Que, visto esta filiação de Jesus com Eli ser expressamente oposta à Sua filiação com José, o documento que ele preservou para nós, no conceito dele, não pode ser nada mais do que a genealogia de Jesus através de Maria. Mas, por que não menciona Lucas a Maria, e por que passa logo de Jesus para o Seu avô? Sentimentos antigos não condiziam com a menção da mãe como elo genealógico. Entre os gregos, o homem era filho do seu pai, não da sua mãe; e entre os judeus, o adágio era: ‘Genus matris non vocaturgenus [“O descendente da mãe não é chamado descendente (dela)”]’ (‘Baba bathra’,

(10, a).” — Commentary on Luke (Comentário Sobre Lucas), 1981, p. 129.

Na realidade, cada genealogia (a tabela de Mateus e a de Lucas) mostra sua descendência de Davi, através de Salomão e através de Natã. (Mt 1:6; Lu 3:31) Ao examinarmos as listas de Mateus e de Lucas, verificamos que, depois de divergirem em Salomão e Natã, elas incidem outra vez em duas pessoas, Sealtiel e Zorobabel. Isto pode ser explicado da seguinte forma: Sealtiel era filho de Jeconias; talvez por casamento com a filha de Néri, ele se tornou genro de Néri, sendo assim chamado “filho de Néri”. É também possível que Néri não tivesse filhos, de modo que Sealtiel foi contado como seu “filho” também por este motivo. Zorobabel, que provavelmente era mesmo filho de Pedaías, foi legalmenteconsiderado como filho de Sealtiel, conforme já antes explicado.

— Veja Mt 1:12; Lu 3:27; 1Cr 3:17-19.
Daí, os relatos indicam que Zorobabel teve dois filhos, Resa e Abiúde, as linhagens separando-se de novo neste ponto. (Estes talvez não fossem realmente filhos, mas sim descendentes, ou, pelo menos um, talvez genro. Veja 1Cr 3:19.) (Lu 3:27; Mt 1:13) As genealogias de Jesus, tanto por Mateus como por Lucas, divergem aqui daquela encontrada em 1 Crônicas, capítulo 3. Isto talvez se deva a que diversos nomes foram propositalmente omitidos por Mateus e possivelmente também por Lucas. Mas, deve-se ter em mente o fato de que essas diferenças nas listas genealógicas de Mateus e de Lucas bem provavelmente são as já presentes nos registros genealógicos então em uso e plenamente aceitos pelos judeus, e não eram mudanças feitas por Mateus e por Lucas.


Portanto, podemos concluir que as duas listas, de Mateus e de Lucas, conjugam as duas verdades, a saber: (1) que Jesus era realmente o Filho de Deus e o herdeiro natural do Reino pelo nascimento milagroso por meio da virgem Maria, da linhagem de Davi, e (2) que Jesus era também o herdeiro legal na linhagem masculina descendente de Davi e de Salomão, por meio do seu pai adotivo, José. (Lu 1:32, 35; Ro 1:1-4) Se houvesse alguma acusação por parte de judeus hostis, de que o nascimento de Jesus era ilegítimo, o fato de que José, apercebido das circunstâncias, casou-se com Maria e deu-lhe a proteção do seu bom nome e da sua linhagem real, refutaria tal calúnia.

Se liga:

Os Evangelhos foram escritos com uma finalidade teológica e, portanto, não podem ser considerados, em hipótese alguma, como livros históricos. Não era a intenção desses escribas fazer história, mas de alentar as comunidades cristãs nascentes e de consolidar a nova mensagem que distinguia dos judeus, mas sem romper com a tradição judaica, e distinguia-os dos outros povos, chamados "pagãos".

A genealogia de Jesus, conforme descritas nos evangelhos, tem o intento de dar legitimidade à sua pessoa e aos seus ensinamentos, proclamando que Jesus era aquele esperado e
anunciado no AT e fruto da intervenção celestial. Portanto, trata-se de uma mensagem teológica e não histórica que os evangelhos querem passar. 

livros:Gênesis Crônicas ;Mateus;Lucas

Claudia Vitalino.


um afro abraço.

fonte:Wikipédia, a enciclopédia livre.

segunda-feira, 15 de dezembro de 2014

Nossa historia nossa gente gente:Aníbal filho de Amílcar Barca

Aníbal (247 - 183 A.C.)
Ḥannobaʻal, ou ʼDNBʻL,ʼAdnibaʻal, lit. "Ba'al é meu senhor"; em em grego: Ἁννίβας, Hanníbas) foi um general e estadista cartaginês considerado por muitos como um dos maiores táticos militares da história. Seu pai, Amílcar Barca (Barca, "raio" ), foi o principal comandante

cartaginês durante a Primeira Guerra Púnica, travada contra Roma; seus irmãos mais novos foram os célebres Magão e Asdrúbal, e seu cunhado foi Asdrúbal, o Belo.

Aníbal Barca, general de Cartago. Filho de Amílcar Barca que estabeleceu o domínio cartaginês sobre a Espanha.Participa da Segunda Guerra Púnica (218-202 a.C.) contra os romanos, tornando-se chefe dos exércitos de Cartago. Em 218 faz a difícil travessia dos Pirineus e dos Alpes, invadindo a Itália, conduzindo inclusive um contingente de elefantes, e enganando os romanos. Domina o vale do rio Pó e conseqüentemente todo o norte da Itália.Atravessa, então, os Apeninos (217 a.C.) e consegue sua mais brilhante vitória em Canas (216) onde morerram setenta mil soldados romanos.

Sua vida decorreu no período de conflitos em que a República Romana estabeleceu supremacia na bacia mediterrânea, em detrimento de outras potências como a própria Cartago, Macedônia, Siracusa e o Império Selêucida. Foi um dos generais mais ativos da Segunda Guerra Púnica, quando levou a cabo uma das façanhas militares mais audazes da Antiguidade: Aníbal e seu exército, onde se incluíam elefantes de guerra, partiram da Hispânia e atravessaram os Pirenéus e os Alpes com o objetivo de conquistar o norte da península
Itálica. Ali derrotou os romanos em grandes batalhas campais como a do lago Trasimeno ou a de Canas, que ainda se estuda em academias militares na atualidade. Apesar de seubrilhante movimento, Aníbal não chegou a capturar Roma. Existem diversas opiniões entre os historiadores, que vão desde carências materiais de Aníbal em máquinas de combate a considerações políticas que defendem que a intenção de Aníbal não era tomar Roma, senão obrigá-la a render-se. Não obstante, Aníbal conseguiu manter um exército na Itália durante mais de uma década, recebendo escassos reforços. Por causa da invasão da África por parte de Cipião, o Senado púnicolhe chamou de volta a Cartago, onde foi finalmente derrotado por Públio Cornélio Cipião Africano na Batalha de Zama.

A vitória demonstrou ser ele um dos grandes estrategistas da história. Dividiu sua infantaria em centro e flancos. Atacou com o centro e deixou os flancos imóveis, os romanos contiveram o ataque e fizeram os cartagineses recuar com eles em seu encalço. Os flancos de Aníbal puseram-se em movimento envolvendo o inimigo e o massacrando.O general porém não aproveitou a oportunidade da vitória em Canas para atacar Roma, preferiu destruir as fontes de abastecimento dos romanos na Apúlia e esperar reforços.A guerra prosseguiu por mais treze anos, o que permitiu aos romanos se organizarem e irem retomando o território perdido, deixando Aníbal isolado.

O general romano Cipião em 203 ataca Cartago, o que obriga Aníbal a deixar a península itálica para ajudar sua cidade, e lá é derrotado na batalha de Zama (202 a.C.). Cartago é obrigada a aceitar as imposições romanas entre elas uma pesada indenização em dinheiro.A partir daí procura organizar exércitos para dar combate aos romanos. Em 183 o rei da Bitínia pretende entregá-lo a Roma, diante disso Aníbal suicida-se utilizando veneno.

O historiador militar Theodore Ayrault Dodge o chamou "pai da estratégia".Foi admirado inclusive por seus inimigos — Cornélio Nepos o batizou como «o maior dos generais» —, assim sendo, seu maior inimigo, Roma, adaptou certos elementos de suas táticas militares a seu próprio arsenal estratégico. Seu legado militar o conferiu uma sólida reputação no mundo moderno, e tem sido considerado como um grande estrategista por grandes militares comoNapoleão ou Arthur Wellesley, o duque de Wellington. Sua vida tem sido objeto de muitos filmes e documentários. Bernard Werber lhe rende homenagem através do personagem do «Libertador» e de um artigo emL’Encyclopédie du savoir relatif et absolu mencionada em sua obra Le Souffle des dieux.

Um afro abraço.

fonte:pt.infobiografias.com/biografia/

sexta-feira, 12 de dezembro de 2014

O Poeta do Povo: Solano Trindade.

Operário, comerciário, funcionário público, jornalista, poeta, cineasta, pintor, homem de teatro e um dos maiores animadores culturais brasileiros do seu tempo. Foi premiado no exterior e elogiado por celebridades como Carlos Drummond, Darcy Ribeiro, Otto Maria Carpeaux, Sérgio Milliet e tantos outros. O negro Solano (e pobre) escritor recifense está hoje esquecido nos círculos culturais, apesar de tudo o que fez pela cultura brasileira, pelo resgate da arte popular e pela independência da cultura negra. Esquecido justamente porque fez dos seus versos, como de toda sua arte, “uma arma, um toque de clarim, que desperta as energias, levanta os corações, combate por um mundo melhor.”, nas palavras do sociólogo francês Roger Bastides. Este artista simples e contundente, genial e pobre, crítico e negro ainda não foi digerido por nossa inteligência reverenciamos agora este negro poeta negro.

Historia: “Solano Trindade nasceu no Recife, em 1908, e morreu em São Paulo, em 1974. Foi poeta, ativista político e homem de teatro. Participou dos históricos congressos afro-brasileiros realizados em 1934 e em 1937, respectivamente, em Recife e em Salvador.

Durante toda a sua vida, foi operário, comerciário, funcionário público, colaborador na imprensa, ator, pintor e teatrólogo. Morou no Rio de Janeiro na década de 40, depois em São Paulo. Nos anos 60, ele inicia na cidade do Embu, o núcleo cultural que contribuiu para o atual batismo de Embu das Artes. É lá também que Raquel Trindade, filha do poeta, fundou e mantém até hoje um grupo de teatro popular com o nome do pai.

Além de grande poeta negro, Solano foi um lutador, um grande defensor da liberdade, e resgatou a cultura negra no país. Por tudo isso, Trindade sofreu perseguições. Um de seus poemas mais conhecidos, "Tem Gente com Fome", foi musicado em 1975 pelo grupo Secos & Molhados. A música foi proibida pela censura, sendo resgatada e gravada em 1980 por Ney Mato grosso, no álbum "Seu Tipo". Mas, por causa desta música, em 1944, Solano foi preso e teve o livro "Poemas de uma Vida Simples" apreendido. Além disso, em 1964, um dos seus quatro filhos, Francisco Solano, morreu numa prisão da ditadura militar em 1974, no dia 19 de fevereiro, aos 66 anos, no Rio de Janeiro.



Criador da Frente Negra de Pernambuco e do Centro de Cultura Afro-Brasileira, estruturou em Pelotas, RS, um grupo de arte popular já existente, transformando-o, em 1943, no Teatro Popular Brasileiro. No Rio de Janeiro, participou da fundação do TEATRO EXPERIMENTAL DO NEGRO. Ao mesmo tempo, destacou-se como grande nome da poesia de temática e vivência negras no Brasil.

Além disso, fundou em Embu, SP, um importante centro de arte popular. Segundo Souza, 2004, sua produção, elogiada por intelectuais estabelecidos, como Otto Maria Carpeaux, Roger Bastide e Sérgio Milliet, reconfigurou a história e a memória dos afro-brasileiros.

Recuperando eventos e trajetórias que negam os estereótipos de passividade e submissão, esforçou-se em contribuir, com sua poesia, para a difusão de fatos históricos ou já esquecidos, ou mostrados através de outra perspectiva nos livros de História do Brasil.

Assim, escreveu: “Eu canto Palmares/ sem inveja de Virgílio, de Homero/ e de Camões ...” Em 1949, teria pronunciado, na sede carioca do Instituto dos Arquitetos do Brasil, conforme anúncio no jornal Quilombo, conferência sobre poesia negra no Brasil, na qual abordaria o problema dos ‘brancos que fazem poesia negra’ e dos poetas negros não comprometidos nem identificados com esse tipo de criação poética.


Se liga:   Outros negros houveram que se dedicaram a atividade política ou que deram a sua vida pela causa do negra nas Américas.  Mais Solano Trindade,  fez da sua trajetória alinhavada de ações que transformaram as relações raciais de sua época e abriu caminho para o “orgulho de ser negro” que nos alimenta hoje, e, por que não dizer, esta tendência à eliminação dos preconceitos raciais que da juventude negra aguerrida.

                                   
 Me tornei cantiga determinadamente e nunca terei tempo para morrer".
Solano Trindade.
Obras publicadas:

Biografia:Poemas d’uma vida simples (1944)
Seis tempos de poesia (1958)
Cantares ao meu povo (1961), com 2ª edição aumentada em 1981
Além de 20 poemas in: Veredas, revista de letras da Universidade de São Paulo, nº 1, setembro de 1979.”


Um afro abraço.

fonte:wikipedia.org/www.portalafro.com.br

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