UNEGRO - União de Negras e Negros Pela Igualdade. Esta organizada em de 26 estados brasileiros, e tornou-se uma referência internacional e tem cerca de mais de 12 mil filiados em todo o país. A UNEGRO DO BRASIL fundada em 14 de julho de 1988, em Salvador, por um grupo de militantes do movimento negro para articular a luta contra o racismo, a luta de classes e combater as desigualdades. Hoje, aos 33 anos de caminhada continua jovem atuante e combatente... Aqui as ações da UNEGRO RJ

quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Lendas Africanas VII:LENDAS SOBRE A CRIAÇÃO DO MUNDO


A CABAÇA UNIVERSAL

A cabaça é um fruto do gênero do melão ou da abóbora, cuja casca grossa o torna útil para os homens, depois que se lhe retirar a polpa macia. Serve como jarro de água ou, se for cheio com sementes secas, dá para chocalho musical. Em alguns templos colocam uma cabaça redonda cortada ao meio horizontalmente, para receber pequenas oferendas ou objetos simbólicos. O fruto é muitas vezes decorado com gravuras, em ambas as metades, com enorme variedade de desenhos bem como figuras de seres humanos, animais e répteis.

Em Abomei, O Universo é considerado como uma esfera semelhante à cabaça redonda, e o horizonte fica nos bordos da união das metades do fruto. É aí que céu e mar se juntam, num local hipotético inacessível ao homem.

 A terra é considerada plana, flutuando dentro da grande esfera, tal como uma cabaça pequena pode flutuar dentro da maior. Dentro da esfera estão as águas, não só no horizonte como por debaixo da Terra. Este aspecto particualr é explicado pelo fato de que se alguém fura o solo sempre descobre água, de modo que esta tem de rodear toda a terra. 

O Sol, a Lua e as estrelas movem-se na metade superior da cabaça.
Quando Deus criou todas as coisas, a sua primeira preocupação foi formar a Terra, fixando os limites das águas e unindo bem os bordos da cabaça. Uma cobra divina enrolou-se à volta da Terra, para agregar e manter firme, e levou Deus a vários lugares, estabelecendo a ordem e sustentando todas as coisas com os seus movimentos essenciais.

(Mito africano de origem Abomei antiga capital da República Popular de Benin, registrado por Parrinder em África)
Um afro abraço.

segunda-feira, 20 de agosto de 2012

“Movimentos SociaisII: História e Lutas”



Ao pensarmos a história dos movimentos sociais no Brasil é possível percebermos um forte enfoque teórico vindo do marxismo, ora estão vinculados ao espaço urbano, ora ao espaço rural. Apesar de a cidade ser o lugar onde os conflitos de interesses ocorram com maior intensidade, tais movimentos, quando se referiam ao espaço urbano possuíam várias temáticas como, por exemplo, questões como a participação, a gestão democrática, a saúde, a educação, a moradia, a melhoria da qualidade de vida, a geração de emprego e renda, e o desenvolvimento econômico e social as lutas por creches, por escola pública, transporte, saneamento básico entre outros. Na esfera rural, a diversidade de temáticas expressou-se nos movimentos de bóias-frias, das regiões cafeeiras, citricultoras, canavieiras, de posseiros, sem-terra, arrendatários e pequenos proprietários.

Cada um dos movimentos possuía uma reivindicação específica, com um único objetivo, demonstrar as contradições econômicas e sociais presentes na sociedade brasileira.

No final do século XIX, e início do século XX, era muito mais comum a existência de movimentos voltados ao meio rural, assim como movimentos que lutavam pela conquista do poder político. Em meados de 1950, os movimentos nos espaços rural e urbano adquiriram popularidade através da realização de manifestações em espaços públicos como rodovias, praças... Mesmo diante da forte repressão policial, que ocorreu nos anos 1960 e 1970, os movimentos não se calaram, reivindicavam educação, moradia, e lutavam pelo voto direto. Em 1980 destacaram-se as manifestações sociais conhecidas como "Diretas Já".

Em 1990, o Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) e as ONGs tiveram destaque, ao lado de outros sujeitos coletivos, tais como os movimentos sindicais de professores.

Simultaneamente à essas ações coletivas que tocavam nos problemas existentes em todo o mundo como a violência, por exemplo, existiam também ações coletivas que denunciavam a concentração de terra, ao mesmo tempo em que apontavam propostas para a geração de empregos no campo, a exemplo do (MST); ações coletivas que denunciavam o arrocho salarial (greve de professores e de operários de indústrias automobilísticas); ações coletivas que denunciavam a depredação ambiental e a poluição dos rios e oceanos (lixo doméstico, acidentes com navios petroleiros, lixo industrial); ações coletivas que tinham o espaço urbano como  meio para realização de suas manifestações/ reivindicações.

As passeatas, manifestações em praça pública, difusão de mensagens via internet, ocupação de prédios públicos, greves, marchas entre outros, são características da ação de um movimento social. A ação em praça pública é o que dá visibilidade ao movimento social, principalmente quando este é focalizado pela mídia em geral. Os movimentos sociais são sinais de maturidade social que podem provocar impactos conjunturais e estruturais, em maior ou menor grau, dependendo de sua organização e das relações de forças estabelecidas com o Estado e com os demais atores coletivos de uma sociedade.

Pesquisas apontam que nas décadas de 1970 a 1980 vários trabalhos como: dissertações e teses mostraram a influência dos movimentos sociais na formação da consciência popular do direito à educação básica, à escola pública. Pesquisas têm mostrado como a ampliação e democratização da educação básica e a inserção dos setores populares na escola pública teve como um dos mais decisivos determinantes a pressão dos movimentos sociais. Esta é uma relação bastante pesquisada e reconhecida.

 Movimento Negro:

Aí atua toda a essência do movimento negro, não se baseando apenas em probabilidades e teorias, mas em fatos empíricos experimentados nas diversas ramificações dos negros na sociedade.
O movimento está diretamente ligado às lutas não só contra o racismo e a discriminação racial, mas também a xenofobia e intolerâncias correlatas.
No Brasil lembramos dos grandes marcos como Zumbi, Revolta dos Malês, Chibata e tantas representações de luta e resistência do povo negro (como acompanhamos em outras matérias da Revista do Portal Raízes). O movimento negro é resultado de uma série de manifestações decorrentes de um processo histórico. Não se pode dizer onde ele nasce ou especificar algum lugar determinado, tal afirmação nos limita, nos tira de uma visão de alpinista para nos deitar num acolchoado particular. A amplitude do movimento negro é um conjunto de manifestações que surgem de inquietações individuais e coletivas.
Mas sem dúvida as manifestações contemporâneas do movimento negro no Brasil foram influenciadas pelos diversos atos anti- discriminatórios que ocorreram nos Estados Unidos na década de 60. No referido período o Brasil vivia sob o regime político militar altamente repreensivo contra as reivindicações de massa, mas é neste contexto que o movimento negro inicia as suas articulações no país.
O Serviço Nacional de Informações (SNI), órgão responsável em coordenar as atividades de informação e contra-informação em todo o país, produziu inúmeros relatórios à Segurança Nacional durante o regime militar. Em 14 de julho de 1978 foram relatados os primeiros indícios do Movimento Negro Unificado, o MNU, nas portas do Teatro Municipal no centro da capital paulista. Uma concentração motivada a denunciar toda indução racista e organizar a comunidade negra.
A partir de 1988 surgem algumas publicações voltadas para a questão racial. Por exemplo, o “Treze de Maio”, do Rio de Janeiro; “O Exemplo”, de Porto Alegre; em São Paulo as denúncias raciais eram feitas pela “imprensa negra paulista”. Ainda em 1920 surge os fundadores da Frente Negra Brasileira que depois tornou-se um partido político em 1936 sendo extinto logo em seguida pelo Estado Novo um ano depois. Em 1940. Histórias contadas a partir de entrevistas orais foram objeto de estudos por pesquisadores do movimento negro muito tempo depois.
Também em 1988 comemorou-se o centenário da Abolição, que culminou numa série de manifestações e protestos por partes dos militantes negros. Duas reivindicações viraram leis e entraram para a Constituição: a criminalização do racismo (Artigo 5º) e o reconhecimento de propriedade das terras de remanescentes de quilombos (Artigo 68 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias).
No mesmo ano a Igreja Católica lança a Campanha da Fraternidade: “A Fraternidade e o Negro”, com o lema: “Ouvi o clamor desse povo”, introduzindo o debate da questão racial no seio da igreja. Daí surge a Pastoral Afro Brasileira e a Associação de Padres Negros (APNs).
Em 1995 foi elaborada em Brasília a marcha em homenagem aos trezentos anos da morte de Zumbi dos Palmares. Fernando Henrique Cardoso em seu primeiro ano de governo cria o Grupo de Trabalho Interministerial para a Valorização da População Negra, dando a partida nas primeiras iniciativas de ações afirmativas na administração pública federal.
E 2001 foi o ano da III Conferência Mundial de Combate ao Racismo, realizada na cidade de Durban, na África do Sul, que mobilizou o governo e as entidades do movimento negro em sua preparação e resultou em novos acontecimentos, como a reserva de vagas para negros em algumas universidades do país e novos compromissos assumidos pelo Estado em âmbito internacional. Resumindo Durban foi um marco para a discussão de políticas afirmativas no Brasil. A intolerância em relação às religiões de matrizes africanas também passou a ser mais debatida em fóruns e congressos, obtendo respaldo na esfera política. Enfim, mesmo gerando polêmica, a questão racial saiu de baixo dos tapetes e começou de fato a ser discutida pela sociedade brasileira.
Atualmente o movimento negro é composto por uma grande quantidade de coletivos que muitas vezes divergem entre si nas reivindicações de políticas públicas, como no caso das cotas e do Estatuto da Igualdade Racial. Não há consenso no movimento negro hoje sobre esses dois assuntos.
A unanimidade pode ser observada na luta pela implementação da Lei 10.639, que prevê a obrigatoriedade do ensino da África e do negro no Brasil nas escolas de todo o país. A causa dos quilombolas também tem a adesão do movimento como um todo.
Sem falar na luta contra a discriminação racial, aonde todos defendem a aplicabilidade da lei de discriminação racial, crime considerado inafiançável pela Constituição, mas pela falta de conhecimento muitas vezes ela é confundida com o crime de injúria e difamação, cuja pena é bem mais leve.
Contudo essa militância vem buscando por viés político, educacional, ideológico, cultural, religioso, gênero, artístico, entre outros a real e total liberdade em todas áreas, buscando boa qualidade de vida, desmarginalização, educação, inserção social, melhor moradia e saúde para o povo negro.

Bases legais constituição brasileira:

A lei reservará percentual dos cargos e empregos públicos para as pessoas portadoras de deficiência e definirá os critérios de sua admissão

Constituição Brasileira de 1988:
A lei constitucional estabeleceu a reservas de

 vagas para deficientes físicos, o qual passou

 a ser adotado em diversos concursos 

públicos, com a ressalva de que oemprego ou

 cargo não exija plena aptidão física. Isso 

marca o inicío da reserva de vagas para 

grupos específicos no Brasil. Com o tempo

, outros grupos sociais passam a pleitear a

 cotização de vagas para "garantirem" uma participação mínima em certos setores da 

sociedade como as universidades públicas.

Nas universidades, a adoção de reserva de vagas começa em 2000, com a aprovação da lei

 de 28 de dezembro de 2000. Esta lei garante a reserva de 50% das vagas, nas 

universidades estaduais doRio de Janeiro, para estudantes das redes públicas municipal e 

estadual de ensino. Esta lei passou a ser aplicada no vestibular de 2004 da Univercidade

 Estadual do Rio de Janeiro (UERJ) e na  Univercidade Estadual  Fluminence   (UENF). A lei

 3.708/01, de (9 de novembro, a confirmar) 2001, institui o sistema de cotas para estudantes

 denominados negros ou pardos, com percentual de 40% das vagas das universidades

 estaduais do Rio de Janeiro. Esta lei passa a ser aplicada no vestibular de 2002 da UERJ e

da UENF. Outras universidades, tais como aUnivercidade de Brasilia(UNB) e a  Univercidade

 Estadual da Bahia (UNEB) também aderem a tal sistema, tendo como critérios os

 indicadores sócio-econômicos, ou a cor ou raça do indivíduo.
Existe também uma lei federais, que é a Lei 10.558/2002, conhecida como "Lei de Cotas"

 que "Cria o Programa Diversidade na Universidade, e dá outras providências". Além dessa

 lei, há também o Decreto 4.876/2003, que "Dispõe sobre a análise, seleção e aprovação dos

 Projetos Inovadores de Cursos, financiamento e transferência de recursos, e concessão de

 bolsas de manutenção e de prêmios de que trata a Lei nº 10.558, de 13 de novembro de 

2002, que instituiu o Programa Diversidade na Universidade". Esse decreto foi alterado pelo 

Decreto 5.193/2004, que "Dá nova redação aos arts. 3º, 4º, 5º, 8º e 9º do Decreto nº 4.876, de

 12 de novembro de 2003, que dispõe sobre a análise, seleção e aprovação dos Projetos

 Inovadores de Cursos, financiamento e transferência de recursos, e concessão de bolsas de

manutenção e de prêmios de que trata a Lei nº 10.558, de 13 de novembro de 2002, que

instituiu o Programa Diversidade na Universidade". Vale destacar ainda o "Estatuto da

Igualdade Racial", como é conhecida a Lei 12.288/2010.

Controvérsias

Em Brasiia, estudante protesta contra o sistema de cotas
Uma das contradições relacionadas às cotas de

 cunho racial frequentemente citadas diz respeito à

institucionalização do racismo: para alguns críticos,

a distinção de etnias por lei acabaria por agravar o

racismo já existente.
Ações de inconstitucionalidade já foram propostas

contra o sistema de cotas. Outros também se

mobilizaram na defesa da reserva de vagas.
Ocorre também que, ao analisar o sistema de cotas

sua aplicabilidade e seus possíveis bônus ou ônus,

 deve-se perceber que qualquer ação afirmativa

o    As prioridades de qualquer sociedade avançada têm que ser a igualdade, o progresso, a solidariedade, o acesso livre a cultura e educação, a sustentabilidade ecológica, o bem-estar.
o    Existem direitos básicos que deveriam estar cobertos nestas sociedades: direito a moradia, ao trabalho, a cultura, a saúde, a educação, a participação politica, ao livre desenvolvimento pessoal.

o    O atual funcionamento do nosso sistema econômico e político (sistema representativo) não atende a estas prioridades sociais e é um obstáculo para o progresso da humanidade.

o    A democracia parte do povo (demo=povo; cracia=governo) assim que o governo deve ser do povo. Por outro lado, nesse país a maior parte da classe política sequer nos escuta. As suas funções deveriam ser de levar a nossa voz as instituições, facilitando a participação política cidadã mediante canais diretos, procurando o maior benefício para o grosso da sociedade, mas o que eles fazem é enriquecer as nossas custas, atendendo tão somente aos grandes poderes econômicos, lutam apenas pelo poder, como uma disputa pessoal entre eles mesmos, nos impõem uma ditadura política partidária que é encabeçada pelos mesmos políticos de sempre.

o    A ganancia e a acumulação de poder nas mãos de poucos gera desigualdade e injustiça, a qual conduz à violência, algo que não aceitamos. O obsoleto e insustentável modelo econômico vigente bloqueia a máquina social em um espiral que consome a si mesma, enriquecendo a poucos e afogando na pobreza e na escassez a maioria da população, até que por fim, tudo isso se colapse e outra vez, sejamos nós os prejudicados.

o    A vontade e propósito desse sistema é a acumulação de dinheiro, prioridade por encima da eficácia e bem-estar social. Mal gastando recursos, consumindo o planeta a uma velocidade insustentável.

o    Os cidadãos formam parte da engrenagem de uma máquina destinada a enriquecer uma minoria que não sabe e não quer saber das nossas necessidades, tudo que pode ser comercializado e mercantilizado será, a educação, a saúde e a cultura já estão à venda e tantos outros direitos seguem o mesmo caminho.

o    Somos anônimos, mas sem nós nada disso seria possível, porque somos nós que movemos o mundo. Como sociedade aprendemos a não confiar o nosso futuro a uma abstrata rentabilidade econômica que nunca termina em benefício da maioria, juntos podemos eliminar as carências que todos sofremos.

o    É necessária uma revolução ética, não podemos permitir que sigam colocando o dinheiro por cima do ser humano.


Por que lutamos e como pensamos:
A UNEGRO é uma organização social de

 combate ao racismo autônoma, com

atuação no movimento negro e na luta 

antirracismo, estamos nos preparando para

ampliar o leque de intervenção da entidade,

 pois entendemos que assim como as 

políticas públicas, as ações contra o racismo

devem ser transversalizadas, visto que a 

desigualdade de negros e brancos se

constrói e enraíza em quase todos os

espaços políticos, econômicos, culturais

, sociais e ideológicos. As instâncias de

 deliberações da UNEGRO são sua

coordenação, plenárias, assembléias e congressos, espaços de direção consagrados em

nosso Estatuto Social. Nossa relação com os partidos políticos - especialmente de esquerda

pois entendemos que os partidos defensores do atual sistema, defendem igualmente o

racismo – é de diálogo positivo e constante. Os Partidos são estruturas de poder,

defendemos que a população negra tem que estar dentro, sob pena de atentar contra seu

próprio empoderamento. Há na UNEGRO militantes de vários partidos, de fato a maioria é do

PCdoB, considero uma característica importante da militância da UNEGRO, pois reforça

nossa unidade interna e nos aproxima de um pensamento avançado para o Brasil

 Acreditamos e temos visto na prática que a pauta partidária e a pauta do movimento negro

não são contraditórias, ao contrario, podem se retroalimentarem, porém nem sempre se

encontram, pois tem sentidos próprios. 

A UNEGRO compreende que parte importante dos avanços conquistados pelo movimento 

negro foi pauta ou pautado pelos partidos de 

esquerda, compreendemos que o PCdoB, PT, PDT, PSB, PSOL, PSTU, PMDB  e pessoas 

sem qualquer vinculo partidário e que têm longa contribuição e serviços prestados a luta

 contra o racismo .

A UNEGRO valoriza os espaços de igualdade racial instituídos pelo governo atual

 entendemos que a institucionalização de espaços de igualdade racial na estrutura

 administrativa do governo é um tiro certeiro no discurso da democracia racial propugnado

 oficialmente pelo Estado brasileiro, interna e externamente, até inícios dos anos 2000

. Quando o Estado institui um órgão (SEPPIR), ligado a Presidência da República, dá um

 recado eloqüente à sociedade brasileira da necessidade de combatermos o racismo e

 produzirmos a igualdade entre negros e brancos.

 Defendemos para o próximo governo a manutenção e fortalecimento institucional da SEPPIR, 

e a capilarização de estruturas análogas descentralizadas regionalmente e em diversos 

ministérios. Assim o Estado terámaior capacidade gerencial para dar real efetividade e

 eficácia nas políticas de igualdade.

Nós não consideramos as bandeiras de lutas do movimento negro descaracterizadas, ao

 contrário, todas são importantes para luta contra o racismo.

No entanto, consideramos insuficientes para emancipação de uma maioria populacional, 

consideramos que parte importante das nossas bandeiras não dialoga com a necessidade

da população negra ascender e compartilhar o poder político e material no Brasil.


Consideramos uma fábula a idéia de que seja possível combater o racismo no marco do

sistema atual, por isso a luta pelo poder político é deve ser a razão da existência do

movimento negro. Defendemos que a luta atual do movimento negro tem que ter como

prioridade a ascensão de negros e negras no poder, para nele operar as mudanças com

objetivo de construir uma sociedade justa, sem racismo e sem nenhuma forma de racial. 

 Não acreditamos em bandeira específica,

singular, ao contrário, nossas bandeiras são

as mesmas do movimento negro brasileiro.

Construímos juntos somos coletivamente

autor e atores da luta racial no Brasil. Não 

temos coelho em cartola. É assim 

 e tem sido assim nos estados. Hoje,

estamos incomodados com a quantidade de

propostas que não saem do papel. Somos o

um movimento social fértil em formulação,

pautamos o debate político no Brasil em

vários momentos, estamos capilarizados em quase todos os municípios brasileiros. Falta-nos

força política para dar materialidade em nossas propostas. A UNEGRO compreende que

somente com força e vontade política será possível as bandeiras de luta do movimento negro

 ter real viabilidade. 

 A UNEGRO compreende que o maior desafio para reparação do negro e da negra brasileira

é o compartilhamento do poder político e econômico entre negros e brancos, não acreditamos

que as políticas públicas tenham potencial para reparar erros e dívidas seculares, quando

 muito mitigam desvantagens. Temos que construir um país de iguais, isso é reparar.
 Um afro abraço.

REBELE-SE CONTRA O RACISMO!
fonte:UNEGRO/Wenciclopedia livre.

sexta-feira, 17 de agosto de 2012

África do Sul alega autodefesa em maior massacre desde o Apartheid


A cena era muito comum nos anos em que a África do Sul era dominada pelo regime segregacionista do Apartheid. De armas na mão, policiais observam os corpos de manifestantes no chão, ensanguentados, após o protesto ser “contido” pelas autoridades. Nos anos 1990, os policiais eram brancos e, os mortos, todos negros lutando por igualdade. Hoje, os corpos continuam sendo de negros, mas muitos policiais também são.

" O conflito não é racial, mas trabalhista. É a África do Sul de 2012, livre do atroz regime da supremacia branca, mas ainda flagelado pela desigualdade e por um mercado de trabalho cruel."


A polícia sul-africana alegou nesta sexta-feira (17) ter agido em legítima defesa em uma operação repressiva --mais sangrenta desde o fim do Apartheid, em 1994-- que deixou, segundo seu próprio registro, 36 mineiros grevistas mortos e cerca de 80 feridos.


"O grupo de militantes atacou a polícia, disparando e brandindo armas perigosas", sustentou a chefe policial, Riah Phiyega, ao se referir aos confrontos ocorridos na quinta-feira em Marikana (noroeste) com os grevistas na mina de platina Lonmin.
"A polícia se retirou sistematicamente e se viu forçada a recorrer à força máxima para se defender. O registro é de 34 mortos e mais de 78 feridos", assim como de 259 detidos, acrescentou.

Este é o primeiro balanço oficial dos confrontos. Uma fonte do sindicato havia informado anteriormente a morte de 36 mineiros.

O movimento, considerado ilegal, começou com uma reivindicação de um grupo de mineiros que exigia que seu salário, atualmente de 4.000 rands mensais (486 dólares), fosse triplicado.

O movimento, considerado ilegal, começou com uma reivindicação de um grupo de mineiros que exigia que seu salário, atualmente de 4.000 rands mensais (486 dólares), fosse triplicado.

O massacre provocou comoção mundial, já que muitas redes de televisão cobriam as negociações com os grevistas quando a operação teve início.
De qualquer forma, esta foi a intervenção policial mais sangrenta desde 1985, quando a polícia matou 20 manifestantes negros que protestavam contra o regime segregacionista do Apartheid.

Desta vez, foram policiais negros que abriram fogo contra mineiros também negros, cujas condições materiais de vida sofreram escassas melhorias desde a instauração de uma democracia multirracial, há 18 anos.

A greve

A greve de Lonmin, que começou há uma semana, já havia deixado dez mortos antes de quinta-feira, em supostos confrontos entre dois sindicatos: o AMCU (Sindicato de Mineiros e Trabalhadores da Construção, que é radical) e NUM (o Sindicato Nacional de Mineiros), um poderoso aliado do CNA (Congresso Nacional Africano), o partido no poder.

O presidente sul-africano, Jacob Zuma, que participava de uma cúpula regional em Moçambique, retornou às pressas nesta sexta-feira ao seu país, em um voo que o levou diretamente a Rustenburg, a cidade mais próxima à mina. Ele anunciou a criação de uma comissão para investigar os fatos.

"Devemos tentar esclarecer a verdade do que ocorreu aqui, por isso decidi instaurar uma comissão de investigação para descobrir as causas reais deste incidente", declarou o chefe de Estado, em um discurso transmitido ao vivo pela televisão.

Nesta sexta-feira, em meio às casas de madeira e depósitos da riquíssima mina, cerca de cem mulheres denunciavam a violência policial, com os cantos e danças utilizados há duas décadas para acusar o Apartheid.


"A polícia veio aqui para matar nossos maridos, nossos irmãos. Nossos filhos!", gritava uma delas, Nokuselo Mciteni, de 42 anos.
Cerca de 2.000 mineiros voltaram a se reunir, alguns com barras de ferro e paus.

Um imigrante de Moçambique, Luis Macuacua, de 35 anos, deu sua versão dos incidentes da véspera. "Estávamos reunidos, e a polícia chegou para nos expulsar. Era uma guerra".

Antes dos episódios de quinta-feira, a direção da mina havia intimado os grevistas a retomar o 
trabalho na sexta-feira, sob pena de demissão.

A Lonmin afirma que a greve a impedirá provavelmente de alcançar sua meta de produção anual de 750.000 onças de platina.

A tensão social na África do Sul levou nesta sexta-feira (17) o preço da platina ao seu nível máximo em um mês. No London Platinum and Palladium Market, às 10h (7h de Brasília) a onça era negociada a US$ 1.460,99, em alta de US$ 60 (+4%) em comparação com o meio-dia de quinta-feira (16).

“Os confrontos envolvem uma disputa pelo recrutamento de trabalhadores entre o Sindicato Nacional dos Mineradores (NUM) e o Sindicato da Associação de Mineradores e da Construção Civil (AMCU). Ao menos três pessoas morreram em um incidente parecido em janeiro, que acabou provocando o fechamento por seis semanas da maior mina de platina do mundo, administrada pela Impala Platinum.

Sem comentarios e textos adicionais.
Claudia Vitalino/Negra - Trabahadora...e Sindicalista .
Fonte: noticias.uol

quarta-feira, 15 de agosto de 2012

Nossa historia: Poeta negro revolucionário


Luiz Gama

Dia 21 de junho de 1830 nascia Luiz Gama, intelectual autodidata, cuja vida foi quase que integralmente dedicada à luta pela emancipação do povo negro 
Copista, advogado, jornalista, poeta, abolicionista e revolucionário Luiz Gonzaga Pinto da Gama foi uma das personalidades brasileiras mais ativas de nossa história. Intelectual autodidata foi um fervoroso abolicionista e um efêmero poeta que ainda continua injustamente banido dos círculos acadêmicos reacionários.

Poeta negro revolucionário

Copista, advogado, jornalista, poeta, abolicionista e revolucionário Luiz Gonzaga Pinto da Gama foi uma das personalidades brasileiras mais ativas de nossa história. Intelectual autodidata foi um fervoroso abolicionista e um efêmero poeta que ainda continua injustamente banido dos círculos acadêmicos reacionários.Luiz Gama nasceu na capital baiana em 21 de junho de 1830. A mãe foi a negra livre revolucionária abolicionista, Luíza Mahin, que participou do levante dos escravos baianos, conhecido como Revolta dos Malês, em 1935, e também da Sabinada em 1937. O pai, fidalgo de família tradicional baiana, o vendeu a troco de uma dívida de jogo aos dez anos de idade, quando foi comprado em um leilão por Antônio Pereira Cardoso, segundo-tenente do exército imperial, e foi viver em um cativeiro em Lorena, interior de São Paulo. Em 1847, o hóspede do seu senhor, Antônio Rodrigues do Prado Júnior o alfabetizou. Aos dezoito anos fugiu do cativeiro e foi para São Paulo.

Autodidata
No mesmo ano se alistou na Força Pública da Província ou Corpo de Força da Linha de São Paulo, criada em 1820 e composta do Corpo de Pedestres e da Companhia de Caçadores que reuniam os praças da guarda policial que tinham como objetivo dar suporte para a Província de São Paulo evitando as rebeliões, muito freqüentes na época, que se dirigiam contra as Cortes Portuguesas.À época ainda fazia trabalhos de copista para o escritório do escrivão major Benedito Antônio Coelho Neto e também como ordenança (soldado particular) do gabinete do Conselheiro Furtado de Mendonça, o contato com a biblioteca do escritório do Conselheiro despertou o interesse pela carreira jurídica no poeta.Em 1850 casou-se com Claudina Sampaio e começou a freqüentar, como ouvinte, as aulas do Curso de Direito da Faculdade Largo São Francisco, mas foi estimulado pela indolência dos professores e colegas a abandonar o curso antes de concluí-lo.Foi expulso da Força Pública, em 1856, por má conduta e rebeldia, pois não acatava as ordens de seus superiores, por isso ficou preso trinta e nove dias e depois foi trabalhar como amanuense da Secretaria de Polícia, onde era o responsável pela correspondência e por copiar e registrar documentos. Em 1869 foi demitido do cargo por apresentar uma posição de defesa dos direitos dos escravos.

Imprensa progressista
Dispensado do serviço público Luiz Gama passou a se dedicar com maior afinco a colaborar com diversos jornais periódicos. Ele havia fundado em 1864 o jornal satírico “Diabo Coxo”, que tinha as ilustrações do italiano Ângelo Agostini, considerado um marco no segmento da imprensa humorística de São Paulo. Colaborou ainda com os jornais “Ipiranga”, “Coroaci”, ”O Polichinelo” e “Cabrião”. Seu maior feito no campo jornalístico foi a fundação, juntamente com o republicano Rui Barbosa, do jornal “Radical Paulistano”, em 1869. De afiliação partidária republicana, Luiz Gama, que chegou a ser um dos fundadores do Partido Republicano Paulista na cidade de Itu, em 1873, defendia, em todos esses jornais, uma posição claramente a favor da causa dos escravos, dizendo que a escravidão era um fator de degradação da sociedade e do ser humano,.tornando-se assim um importante precursor do movimento abolicionista no Brasil.

Advogado abolicionista
O que aprendeu no Largo São Francisco fez com que o autor trabalhasse como rábula do fórum de São Paulo, destacando-se na defesa de causas a favor dos negros escravizados. A sua defesa pelos escravos foi excepcional, através da sua condição de rábula tentava provar que os negros estavam sendo escravizados contra a lei, pois tinham entrado no Brasil após a proibição do tráfico negreiro, promulgada em 1850. Causou grande polêmica ao defender que o assassinato dos proprietários pelos escravos era um ato de legítima defesa.Financiou alforrias condicionais e também ajudou os escravos que mesmo podendo pagar pela carta de alforria eram impedidos, por seus senhores, de se libertarem. Ajudou na libertação legal de mais de 500 escravos foragidos. Foi também líder da Mocidade Abolicionista e Republicana em 1880.
Revolucionário
Não foi apenas através de medidas legais, imprensa e judiciário, que Luiz Gama lutou pelos negros. Ele foi o inspirador de um dos movimentos revolucionários mais importantes do século XIX; a luta dos Caifazes, negros organizados por Antônio Bento que sublevaram-se contra o regime imperial obrigando-o a emancipar os negros. Os Caifazes foram seguidores diretos de Luiz Gama que fundou, a partir de 1880, sociedades secretas que auxiliavam os negros a se organizarem para fugirem das fazendas.

Poeta banido da literatura
Luiz Gama apesar de ter publicado um único livro de poesias em toda a sua vida é considerado um dos grandes poetas brasileiros que recebeu a influência de escritores como Faustino Xavier de Novaes e Gregório de Matos. No livro “Trovas Burlescas” que pode ser considerado da segunda geração romântica de poetas brasileiros, apesar de sua poesia ser antagônica a dessa geração. Nesse livro é possível constatar um poeta que não se dedicou a descrever a si próprio, mas que tinha uma visão crítica e satírica da sociedade de sua época.Sua morte se deu em 24 de agosto de 1882, e o que era para ser um simples sepultamento transformou-se, segundo a descrição do escritor Raul Pompéia, em “um ato público que celebrou a importância de Luiz Gama no movimento abolicionista brasileiro”. A vida de Luiz Gama, um intelectual autodidata, foi quase que integralmente dedicada à luta pela emancipação do povo negro, o que de imediato já mereceria um reconhecimento público, mas o que a historiografia e a história da literatura burguesa fizeram foi desprezar e ignorar a grande figura do revolucionário abolicionista e poeta, imagem que jamais poderia passar despercebida.


A vida de Luiz Gama, um intelectual autodidata, foi quase que integralmente dedicada à luta pela emancipação do povo negro, o que de imediato já mereceria um reconhecimento público, mas o que a historiografia e a história da literatura burguesa fizeram foi desprezar e ignorar a grande figura do revolucionário abolicionista e poeta, imagem que jamais poderia passar despercebida
Um afro abraço.
fonte:negrosnahistoria.blogspot.com

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