UNEGRO - União de Negras e Negros Pela Igualdade. Esta organizada em de 26 estados brasileiros, e tornou-se uma referência internacional e tem cerca de mais de 12 mil filiados em todo o país. A UNEGRO DO BRASIL fundada em 14 de julho de 1988, em Salvador, por um grupo de militantes do movimento negro para articular a luta contra o racismo, a luta de classes e combater as desigualdades. Hoje, aos 33 anos de caminhada continua jovem atuante e combatente... Aqui as ações da UNEGRO RJ

segunda-feira, 25 de julho de 2011

Violência Doméstica e Familiar Contra a Mulher





Mulheres acham que violência doméstica cresceu. E a proteção legal também



Pesquisa nacional do DataSenado, concluída no final de fevereiro, revela que 66% das mulheres acham que aumentou a violência doméstica e familiar contra o gênero feminino, ao mesmo tempo em que a maioria (60%) entende que a proteção está melhor, após a criação da Lei Maria da Penha.


O levantamento sobre violência doméstica contra a mulher já tem tradição no programa de trabalho do DataSenado, que fez a primeira pesquisa sobre o tema em 2005. A cada dois anos o estudo se repete. Em sua quarta versão, os resultados de 2011 indicam que o conhecimento sobre a Lei Maria da Penha cresceu nos dois últimos anos: 98% disseram já ter ouvido falar na lei, contra 83% em 2009. Foram feitas 1.352 entrevistas, apenas com mulheres, em 119 municípios, incluídas todas as Capitais e o DF.


Para as mulheres entrevistadas, conhecer a lei não faz com que as vítimas de agressão denunciem o fato às autoridades. O medo continua sendo a razão principal para evitar a exposição dos agressores, com 68% das respostas. Para 64% das mulheres ouvidas pelo DataSenado, o fato da vítima não poder mais retirar a queixa na delegacia faz com que a maioria das mulheres deixe de denunciar o agressor.


Do total de entrevistadas, 57% declararam conhecer mulheres que já sofreram algum tipo de violência doméstica. A que mais se destaca é a violência física, citada por 78% das pessoas ouvidas pela pesquisa. Em segundo lugar aparece a violência moral, com 28%, praticamente empatada com a violência psicológica (27%).


Álcool e ciúmes são as causas principais


Entre as mulheres que afirmaram já ter sofrido algum tipo de violência e que citaram, espontaneamente, o motivo da agressão, os mais citados foram o uso de álcool e ciúmes, ambos com 27% cada. Os principais responsáveis pelas agressões, segundo as vítimas, foram os maridos ou companheiros (66% dos casos). Quase a totalidade das entrevistadas, 96%, entende que a Lei Maria da Penha deve valer também para ex-namorado, ex-marido ou ex-companheiro.


A maioria das mulheres agredidas, 67%, afirma não conviver mais com o agressor. Mas uma parte significativa, 32%, ainda convive. E destas, segundo a pesquisa, 18% continuam a sofrer agressões. Dentre aquelas que disseram ainda viver com o agressor e ainda serem vítimas de violência doméstica, 40% afirmaram ser agredidas raramente, mas 20% revelaram sofrer ataques diários.


Medo e rigor da lei seguram denúncias .



O levantamento, finalmente, buscou saber o que pensam as mulheres sobre a nova interpretação da Lei Maria da Penha, estabelecida pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ), em dezembro último. A corte entendeu que a lei é compatível com a dos Juizados Especiais, permitindo a suspensão da pena nos casos em que a condenação for inferior a um ano. Quando isto ocorrer, o juiz pode trocar a pena de prisão por uma pena alternativa ou, ainda, suspender o processo. A pesquisa apurou que a maioria das entrevistadas ficou insatisfeita. Para 79%, a decisão enfraquece a lei.


Aumenta informação da mulher e disposição para denunciar violência


O nível de conhecimento das mulheres sobre a Lei Maria da Penha cresceu 15% nos dois últimos anos e alcançou 98%. O levantamento também constatou que a esmagadora maioria das entrevistadas (81%) não pensaria duas vezes para denunciar um ato de agressão cometido contra uma mulher. Desse montante, 63% ainda procurariam uma delegacia de polícia comum, enquanto 24% dariam preferência à delegacia da mulher. Quem usou os serviços da delegacia especializada gostou do atendimento (54% acharam ótimo/bom; 24% regular).


Embora seja muito alto o nível de conhecimento da lei (98%), 63% das mulheres ouvidas consideram que apenas uma minoria denuncia as agressões às autoridades e 41% acha que a mulher não é tratada com respeito no país. O percentual de mulheres que declararam já ter sido vítimas de algum tipo de violência permaneceu igual ao número obtido em 2009: a cada 5 mulheres pesquisadas, uma declara já ter sofrido algum tipo de violência doméstica e familiar.


Quase um terço ainda sofre calada


A pesquisa também procurou avaliar o limite da mulher agredida. As entrevistadas que disseram já ter sofrido algum tipo de violência, foram questionadas: após quantas agressões elas procuraram ajuda? Os resultados: 36% disseram ter procurado ajuda na primeira agressão, mas 29% confessaram não ter procurado qualquer ajuda; 24% pediram ajuda após a terceira agressão, 5% na segunda e 5% preferiram não responder.


Quando questionadas sobre o que fizeram após a última agressão, nada menos que 23% das mulheres ouvidas disseram não ter feito nada. As razões para essa atitude, segundo elas: 31% decidiram não fazer nada preocupadas com a criação dos filhos, 20% por medo de vingança do agressor, 12% por vergonha da violência sofrida, 12% por achar que seria a última vez, 5% por dependência financeira, 3% por acharem que não haveria punição e 17% citaram outros motivos.


As pesquisas do DataSenado são feitas por meio de entrevistas telefônicas, usando levantamentos por amostragem. A população considerada é a população de mulheres com 16 anos ou mais residentes no Brasil e com acesso a telefone fixo, que pode ser residencial ou comercial.


O método de amostragem é por 2 etapas, sendo que a primeira etapa é a seleção de municípios e a segunda é a seleção de telefones fixos. O primeiro estágio é probabilístico, onde os municípios são sorteados com probabilidade proporcional à sua população. São tomados 119 municípios, de todas as regiões, sendo que as capitais são selecionadas com probabilidade um. Como não há cadastro de telefones fixos disponível, o segundo estágio é feito pelo método de cotas, em que os números de telefones são gerados aleatoriamente.


A margem de erro admitida é de 3 pontos percentuais para mais ou para menos. O nível de confiança utilizado nos resultados da pesquisa é de 95%. Isso significa que se forem realizados outros 100 levantamentos com a mesma metodologia, aproximadamente 95 terão os resultados dentro da margem de erro estipulada.


Os dados foram coletados no período de 08 a 28 de fevereiro de 2011, totalizando 1.352 entrevistas. Durante a aplicação dos questionários, foi feita a checagem e fiscalização em 20% das entrevistas, realizadas por uma equipe de entrevistadores do Alô Senado, devidamente treinados para esse fim.


OUTRAS religiões: durante a aplicação dos questionários, a pergunta sobre a religião da entrevistada considerou, além de "Católica" e "Evangélica", as respostas "Espírita", "Sem religião ou Ateu" e "Umbanda ou Candomblé", que obtiveram 47 (3,5%), 42 (3,1%) e 3 (0,2%) respostas, respectivamente. Portanto, essas categorias foram agrupadas em "Outras religiões" por não permitiram análises estatísticas devido ao baixo número de respondentes.


Esta pesquisa apenas com estes dados ñ presenta um mapa completo da nossa realidade, visto que o quesito raça cor ñ esta explicito nesta pesquisa...mais não deixa de ser dado preocupante.


fonte:www.senado.gov.br/noticias/opinião publica

domingo, 24 de julho de 2011

UNEGRO DA ADEUS A VERA MENDES ” VERA DO AGBARA




Todos os Blocos Afros do Brasil estão de luto!


Bloco afro fundado no bairro de Madureira, subúrbio do Rio de Janeiro em 4 de abril de 1982. O nome Agbara Dudu significa em yorubá "Força negra". Considerado o primeiro bloco afro do Rio de Janeiro, ainda que existissem três anteriormente: Afoxé Os Filhos de Gandhi do Rio de Janeiro (fundado por trabalhadores da zona do Cais do Porto do Rio de Janeiro), Dudu Éwe, do Morro da Mangueira, fundado em 1980 e o Afoxé Terê Babá (fundado no Largo das Neves, em Santa Tereza), todos com características de afoxé, isto é, saiam no carnaval cantando temas de blocos baianos (Afreketê, Olori, Oju-Obá, Muzenza, Malê-Debalê, Badauê e Ijexá Filhos de Gandhi) e músicas ligadas à religião africana, não mantendo trabalhos comunitários ou ações que os fizessem perdurar fora do carnaval. O Bloco Afro Agbara Dudu surgiu com a característica de mantenedor das tradições, mesmo fora do período de carnaval, assim como alguns blocos de Salvador o fazem, entre eles, Olodum, Ilê Aiyê e Araketu. Entre seus fundadores, diretores, compositores e colaboradores diretos estão Reginaldo da Portela, empossado 1º presidente, Vera Mendes (Vera Agbara, 2º presidente), Ednaldo Lima (3º presidente), Zezé Guimarães (presidente), Hélio de Assis (diretor), Luiz Rei, Alcinéia F. Martins, Gabriel Lopes Neto, Rubinho Afro, José Luis, Sérgio Canda, Edejô Eware, Luiz Eduardo, Teresa Lírio, Jaciara, Tia Maria, Hugo Tobias, Mestre Corvo, Darcy do Jongo da Serinha, Tia Ambrosina, Tia Tereza e Tio Nozinho, entre outros. A idéia da fundação do bloco teve início durante a visita da missão cultural da Fundação Leopold Sédar Senghor, na inauguração do Museu do Negro da Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos. Tendo como padrinho o bloco baiano Ilê Aiyê, representado por Jetinha e Vovô, os fundadores reuniam-se no Bar do Nozinho, na Estrada do Portela, em Madureira, e entre dois nomes: Omodé (Os filhos do caçador) e Agbara Dudu (A força negra), escolheram o segundo. Sua bandeira traz as cores amarela, vermelha, preta e verde, as mesmas cores da bandeira da unidade africana (sonho de reunir a diáspora africana em uma só nação). A primeira sede foi inicialmente na Portelinha (antiga sede do Grêmio Recreativo e Escola de Samba Portela). Os ensaios às sextas-feiras eram transformados em verdadeiros encontros de cultura negra (comida, bebida, roupas, instrumentos, ritmos, ogãs, dançarinas etc) denominado "Terreirão senzala". Nesta primeira sede o grupo deu início aos "Encontros das Entidades Negras", no qual reuniam-se agremiações, artistas e entidades ligadas às artes e à política. Voltado para a comunidade, o grupo passou a desenvolver cursos, oficinas de dança e capoeira, além de debates, encontros e seminários sobre temas negros e afins. Outros eventos importantes desenvolvidos pelo grupo são: "Festiafro" (festival de músicas para a escolha da representante no desfile de cada ano) e "São João rastafari", em junho. Em 1983, foi organizado a "2ª Noite da Beleza Negra", no Clube Renascença, evento homônimo baseado na experiência do bloco padrinho Ilê Aiyê, culminando na escolha da "Rainha negra". Por essa época, o grupo se apresentava em vários eventos dentro e fora do Estado do Rio de Janeiro, destacando-se: "Natal Comunitário no Morro da Serrinha", em Madureira, na Favela da Galinha, em Inhaúma, apresentações nos presídios Milton Dias Moreira, Talavera, Bruce, e Associação dos Ex-alunos da Funabem. O primeiro desfile do bloco aconteceu na Avenida Rio Branco, com o tema "Amor e negritude", apresentando-se ao lado do afoxé Filhos de Gandhi do Rio de Janeiro e do Afoxé Terê Babá. Nos anos posteriores o grupo apresentou vários temas: "Cem anos de abolição", "O negro clama por justiça" e "Yabás - mulher brasileira". Mais tarde o grupo transferiu-se para a sede na Rua Ernesto Lobão, 44, onde continuou o trabalho com as comunidades do em torno. No ano de 1988 o grupo participou da "Caminhada Zumbi dos Palmares", considerada a maior manifestação da comunidade negra contra a farsa da abolição. Em 1992, juntamente com três outros grupo: Lemi Ayó (de São Cristóvão), Òrúnmilá (do Morro da Mineira, no Catumbi) e Dudu Éwe (do Morro da Mangueira) gravou a coletânea Terreiros e quilombos, com o apoio do CEAP (Centro de Articulação de Populações Marginalizadas). Neste LP foram incluídas quatro músicas de compositores do Agbara Dudu: "Mulher negra Yabá" (Alcinéia F. Martins e Gabriel Lopes Neto), "Nação vertente" (Walmir Aragão e Alcinéia F. Martins), "Negritude consciência" e "Arerê", ambas de autoria de Júlio Mendes. Em 1996, em parceria e com o apoio da UERJ, o grupo mudou-se para a nova sede na Rua Carolina Machado, 467, em Madureira, dando prosseguimento às suas atividades de cursos, simpósios, etc. No ano de 2002 o grupo desfilou na Avenida Rio Branco com o tema Agbara-Dudu - 20 anos de resistência.


Vera do Agbara Dudu, grande amiga de militancias e ícone da resistiencia das Artes da Cultura Negra no Rio de Janeiro e de varias gerações; Vera deixou sua marcar, á UNEGRO esta de luto em reverncia a estrela negra que deixou de brilhar entre nos.


http://www.dicionariompb.com.br/abocalivre.wordpress.com


quinta-feira, 21 de julho de 2011

A Diáspora Músical Negra



Essa breve reflexão tem como intuito abordar, a herança musical africana na diáspora. O Brasil, um país que se frojou a partir do trabalho escravizado foi amplamente influenciado pela cultura negro africana em todoas as suas vertentes. No tocante as diferentes manifestações musicais aqui desenvolvidas, o samba é um dos gêneros musicais mais evidentes, porém, em sua origem esteve o jongo, as tradições ritmicas da religiosidade negra, etc...


Nos EUA, O blues e o jazz são dois bons exemplos de como a musicalidade africana fez raízes em solo norte-americano. Em suas raízes estiveram semelhantemente como aqui no Brasil, as tradições musicais e religiosas africanas. O grito, a voz, o improviso, a dissimulação, etc...foram amplamente utilizados para dar-lhes uma estética musical.




Os ritmos afro-caribenhos, igualmente são outros importantes exemplos dos demais citados. Os jamaicanos fojaram o reggae, popularizando esse país mundialmente. Entre as canções de Marley, Peter Tosh, entre outros estvam mensagens de questionamentos a opressão racial a que eram submetidos, os negros em seu país e no mundo.



De gêneros musicais mal vistos e perseguidos tornaram-se importantes patrimônios culturuais de seus respectivos países. De manifestações musicais marginalizadas e demonizadas, resistiram, ampliaram-se e hoje são importantes referências musicais em todo planeta. Mas é bom não perdermos de vista que todo fruto tem a semente que o originou.

Por: Prof. Jose Geraldo da Costa.

Saravá Terra que eu piso!






Vamos Sarava Terra que eu Piso, aprendi com, os jongueiros de Pinheiral, que é uma das cantigas para iniciarmos o nosso jongo. Sarava-se a terra primeiro, posto que ela tem dono, nela primeiro pisaram nossos ancestrais e é um lugar de retorno. Todo respeito é bom, é uma tradição que vem de longe. O jongo de Pinheiral tem suas origens na tradição jongueira do Vale do Paraíba e dos escravizados da fazenda São José dos Pinheiros, que deu origem ao nome da Cidade de Pinheiral/RJ.

Deparo-me, porém, com indagações do tipo, “O que é o Jongo?”, Aprendi com os mais velhos de Pinheiral a não ser afoito em querer responder indagações como essa. O jongo tem seus encantos, e uma coisa é certa, "Jongo não é Brincadeira e nem é de Caçoada". No jongo dança-se com os ancestrais, reverenciam-se as memórias comunitárias, pois, o jongo esta inserido na sua comunidade de origem. As comunidades jongueiras têm suas particularidades, um olhar atento permite perceber esse aspecto.

“O jongo é um formidável exemplo da capacidade do negro que diante de uma situação adversa teve para resistir e se organizar em todos os aspectos. Nas antigas rodas de jongo, de forma dissimulada, articulavam-se revoltas, fugas, coberturas para negro que tivesse sendo procurado, etc... Resistia-se cantando, dançando, agregando,...No jongo fala-se de fazendas, carreiro, matas, rios, terreiros de café, combinam-se palavras de origens bantu, fala-se de saudades, regozijo, prazeres, encantamento, etc.O universo do jongo é amplo e tudo tem um sentido, não se canta uma cantiga de jongo como quem canta uma música comum, suas canções trazem mensagens que devem ser entendidas pelos jongueiros e isso não é brincadeira, e quase sempre são feitas, sob , a forma de perguntas e respostas".

Os seus frutos são muitos, o samba, em suas origens tem como um de seus pilares, o jongo, muitos jongueiros, cuja origem é do Vale do Paraíba, estiveram entre aqueles patriarcas do samba. Clementina de Jesus, Vovó Maria Joana, Mano Elói,... e muitos outros são bons exemplos. Em uma entrevista do saudoso João do Vale, ele se referiu ao Jongo, com uma expressão cujo significado é "Osso duro de roer", pois é, como diz uma cantiga, “Bota Pó no Coador pra coar Café, ..., Fazenda tão pequenina, terreiro sem fim, to no meio de tanto jongueiro, o que será de mim”..., Vida longa ao jongo.

Negu véi já vai prangola, vou caminhando devaga...



Por: Prof:Jose Geraldo da Costa

quarta-feira, 13 de julho de 2011

Negros e mulheres têm menos acesso a cirurgias








Homens brancos são maioria dos transplantados. Negros e mulheres têm menos acesso a cirurgias, segundo Ipea

2011-07-08

Estudo inédito do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) mostra que os efeitos das desigualdades sociais brasileiras se estendem às cirurgias de transplantes de órgãos como coração, fígado, rim, pâncreas e pulmão. A maioria dos transplantados são homens da cor branca.

Brasília – Estudo inédito do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) mostra que os efeitos das desigualdades sociais brasileiras se estendem às cirurgias de transplantes de órgãos como coração, fígado, rim, pâncreas e pulmão. A maioria dos transplantados são homens da cor branca.

De acordo com o estudo, de quatro receptores de coração, três são homens; e 56% dos transplantados tem a cor de pele branca. No transplante de fígado; 63% dos receptores são homens e 37% mulheres. De cada dez transplantes de fígado, oito são para pessoas brancas.

Segundo a análise do Ipea, homens e mulheres são igualmente atendidos nos transplantes de pâncreas; mas 93% dos atendidos são brancos. A maioria absoluta de receptores de pulmão também são homens (65%) e pessoas brancas (77%). O mesmo fenômeno ocorre com o transplante de rim: 61% dos receptores são homens; 69% das pessoas atendidas têm pele clara.

“Verificamos que o conjunto de desigualdades brasileiras acaba chegando no último estágio de medicina”, aponta o economista Alexandre Marinho, da Diretoria de Estudos e Políticas Sociais do Ipea, um dos autores da pesquisa. Ele e outras duas pesquisadoras analisaram dados de 1995 a 2004, fornecidos pela Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos (ABTO).

O economista não estudou as causas do fenômeno, mas disse à Agência Brasil que a preparação para o transplante pode explicar as razões da desigualdade. Para fazer a cirurgia de transplante, o receptor deve estar apto: eventualmente mudar a alimentação, tomar medicamentos e fazer exames clínicos – procedimentos de atenção básica.

Segundo Marinho, quem depende exclusivamente do Sistema Único de Saúde (SUS) - cerca de três quatros da população brasileira - sai em desvantagem, porque tem dificuldade para receber remédios, fazer consultas e exames clínicos. “A situação onera quem tem menos condições de buscar alternativas.”

“O sistema é desigual na ponta [cirurgia de alta complexidade] porque é desigual na entrada”, assinala o economista, ao dizer que quando o SUS tem excelência no atendimento o acesso não é para todos: “Na hora que funciona, quem se apropria são as pessoas mais bem posicionadas socialmente”.

Conforme Marinho, os planos de saúde são resistentes a autorizar procedimentos de alta complexidade, como as cirurgias de transplantes, por causa dos custos. “Os hospitais privados preferem atender por meio do SUS porque sabe que paga”.

O estudo sobre a desigualdade de transplantes de órgãos está disponível no site do Ipea. Segundo Marinho, o documento foi postado ontem (7) e ainda não é do conhecimento do Ministério da Saúde.

De acordo com os dados do Sistema Nacional de Transplantes (SNT), há 1.376 equipes médicas autorizadas a realizar transplantes em 25 estados brasileiros (548 hospitais).

Por: Jose Carlos dos Santos Silva.(rede unegro)




segunda-feira, 11 de julho de 2011

RJ - Quilombo do Sacopã soFre novo processo racista!







Justiça lacra entrada de carros do Quilombo do Sacopã, na Lagoa, para impedir festas comerciais no local.Interdição na propriedade da familia Sacopã / Foto: Gustavo Stephan / Agência O Globo RIO - Oficiais de Justiça lacraram na tarde de sexta-feira a entrada de carros do Quilombo do Sacopã, na Lagoa. A medida foi resultado de uma ação, movida na 8ª Vara Cível, por cinco condomínios da área, para impedir que aconteçam festas no local com venda de bebidas e alimentos. Moradores do quilombo disseram que vão recorrer. Há dez anos, houve uma ação semelhante.


O quilombo fica na Rua Sacopã 250 e é o único em área urbana no Rio reconhecido pelo governo federal. O lugar, num dos bairros mais valorizados do Rio, começou a ficar famoso na década de 70, por causa de uma roda de samba e também da feijoada oferecida ao público.


Os oficiais de Justiça não quiseram falar sobre a ação na 8ª Vara Cível. O músico José Luís Pinto Júnior, conhecido como Luís Sacopã, de 68 anos, que mora no quilombo, reclamou:



- Eles tentam nos prejudicar de qualquer maneira. Para mim, isso é racismo. Estão tirando o nosso direito de ir e vir. São pessoas que se dizem poderosas, mas que só sabem prejudicar os outros.



Segundo ele, a região é objeto de uma disputa judicial que dura cerca de 40 anos. Luís Sacopã afirma que a já é a quinta geração da família Pinto que mora no local. Ao todo, afirmou, são 26 descendentes de escravos, que, regularmente, realizam eventos, com feijoada e samba.



- A vizinhança reclama dos encontros, mas a minha família está aqui há mais de 105 anos. Já sofremos todo tipo de violência por sermos pobres e morarmos numa área rica. Vamos à Justiça derrubar essa ação, que impede os moradores de saírem com os carros - disse.



Em 2008, a família Pinto conseguiu, junto ao Incra, por meio do decreto 4.887, a regularização fundiária do quilombo - uma área de 18 mil metros quadrados. Além disso, Luís move na Justiça uma ação mais antiga, por usucapião, atualmente em terceira instância, que estabelece em 23 mil metros quadrados a área pertencente à sua família. Isso significaria desapropriar 22 condomínios da Fonte da Saudade.


A regularização fundiária do Quilombo Sacopã tem sido questionada por vários moradores. Segundo eles, as terras da Lagoa eram da família Darke de Mattos. Os integrantes da família Pinto, argumentam, trabalhavam como caseiros. Para a moradora Suzanne Alves, de 52 anos, advogada, os habitantes do quilombo tratam a vizinhança como se fosse invasora.


- Parece que quem invadiu a região fomos nós. Quando tem festa, é só barulho. Fora o movimento de carros - disse ela.



A presidente da Associação de Moradores da Fonte da Saudade (Amafonte), Ana Simas, alega que o terreno do quilombo faz parte de uma área de proteção ambiental, que vem sendo devastada. Segundo ela, além de ser público, o local deveria ser conservado. Ana afirmou ainda que os moradores do lugar estão expandindo suas construções.


Luís Sacopã negou que esteja derrubando a vegetação e expandindo a área construída. Segundo ele, para que haja regularização de um território quilombola, a Fundação Palmares, ligada ao Ministério da Cultura, concede um título, baseado em estudos antropológicos.


- No caso do Quilombo do Sacopã, as pesquisas tiveram o respaldo de professores da UFF. Eles ficaram responsáveis por levantar o relacionamento entre as pessoas do grupo, além de símbolos e costumes que remetessem ao período da escravatura. O Incra já reconheceu o quilombo - finalizou.


Data:09/07/2011.Por :Ronaldo Braga/fonte:Jornal o Globo

Mais cultura, mais vida!

Mais cultura, mais vida! O’ Malungo, toca Urucungo!









Urucungo: instrumento musical rústico, usado, outrora, pelos gaúchos de origem africana.


Instrumento musical de origem africana, constituído por um arco que retesa um fio de arame, tendo como caixa de ressonância uma cabaça com abertura circular; recebe também o nome de berimbau-de-barriga ou simplesmente berimbau, e, no Pará, marimba.


Um dia desses perguntei a um mestre de capoeira da Bahia se sabia o significado da palavra Urucungo e logo me respondeu que não tinha a certeza mas que seria de origem yoruba.


Foi através dessas e outras, da negação e ignorância sobre a cultura Bantu (Angola, Congo, Moçambique) no Brasil, que me levou a pesquisar e escrever o projeto “Entre Gungas e Kalungas”.


Entre Gungas e Kalungas e’ uma pequena criação de um grande pilar na preservação e valorização da cultura de matriz Bantu, de maneira a estimular as pessoas a aprenderem e a reconhecerem tal cultura nas diásporas Africanas.


Sobre o URUCUNGO na minha cultura (Ovimbundu, Angola), encontrei o O-LUKUNGULU. Um berimbau de boca tocado pelo Mwekalia (músico).


Sei tambem que e’ um facto que muitos angolanos e seus descendentes tem a tendência de trocam o L por R e vice versa...coisa que reparei entre familiares durante a minha infância.


Nao e’ uma questão de provar nada mas sim intensificar a vontade de pesquisas entre nós, para o bem das futuras gerações.


O’ Malungo (amigo, compadre), toca Urucungo (toca o berimbau)! Parece que quanto mais se foge da África, mais perto dela nos encontramos.


Por:Aristóteles Kandimba


Favelas as grandes vítimas do coronavírus no Brasil

O Coronavírus persiste e dados científicos se tornam disponíveis para a população, temos observado que a pandemia evidencia como as desigual...