UNEGRO - União de Negras e Negros Pela Igualdade. Esta organizada em de 26 estados brasileiros, e tornou-se uma referência internacional e tem cerca de mais de 12 mil filiados em todo o país. A UNEGRO DO BRASIL fundada em 14 de julho de 1988, em Salvador, por um grupo de militantes do movimento negro para articular a luta contra o racismo, a luta de classes e combater as desigualdades. Hoje, aos 33 anos de caminhada continua jovem atuante e combatente... Aqui as ações da UNEGRO RJ

quarta-feira, 30 de agosto de 2017

UNEGRO RUMO AOS 30 ANOS DE LUTA PELA POPULAÇÃO NEGRA

Movimento de lutas e conquistas
Entretanto, ao contrário dos países que adotaram sistemas explícitos de segregação racial, como a África do Sul na época do apartheid e algumas regiões dos Estados Unidos; o Brasil, por uma série de motivos históricos e sociais, tem um racismo camuflado, subterrâneo e

dissimulado, além de, em geral, ser negado pela maior parte da sua população. O racismo age como um agente invisível que vai determinando futuros de jovens, perspectivas de ascensão social para trabalhadores, longevidade para adultos e graus de dificuldade para projetos pessoais. De acordo com origens étnicas, pessoas têm chances diferentes e graus de dificuldades distintos nas construções de suas vidas. Por esta razão, a estratificação social do país interage diretamente com a questão étnica.

'As trajetórias dos movimentos sociais negros brasileiros têm sido marcadas por um processo histórico de resistências e de lutas em defesa do direito à diferença étnica e, ainda, pela implementação de políticas públicas voltadas à garantia dos princípios da reparação, do reconhecimento e da valorização do população negra brasileira".

O debate da necessidade de pensar a luta de classe e a luta anti-racismo influenciou a formação do pensamento das lideranças negras brasileiras na pensar de uma entidade ainda na década de 1970, que na resistência e na luta vem contribuindo para desconstruir os mitos fundantes do racismo: mito da inferioridade, do embranquecimento e da discriminação racial sentida pelos negr@s das décadas de 1970 e 1980, ao colocarem em suas agendas as denúncias de racismo institucional, de racismo à moda brasileira e da farsa da democracia racial, demarcaram um campo de força política imprescindível na conquista por direitos civis, políticos e materiais. Apesar do período de repressão militar, principalmente contra os comunistas "principalmente os negr@s" surgiu em todo pais contra o Racismo – uma reação à ideologia dos militares que apregoavam e sustentavam a existência da democracia racial no Brasil...Recuperando a nossa noção histórica de que o racismo foi construído historicamente no Brasil pela forma predatória que as classes dominantes acumularam suas riquezas e construíram o sistema capitalista, percebemos que a população excluída socialmente da sociedade brasileira é originária do contingente de negros que, no processo de abolição gradual e controlada da escravidão no século XIX, passou da condição de escravo para cidadão marginalizado. Toda esta população, independente da tonalidade da cor da pele, é vítima direta ou indiretamente do racismo.

A identidade da elite.
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. Na verdade, esta identidade que a elite constituiu continha, na sua essência, um certo grau de frustração com o fato de estarem em um país formado majoritariamente por pessoas não brancas. Por isto, em quase toda a curta história do capitalismo brasileiro, as classes dominantes brasileiras funcionaram como gerenciadoras de negócios lucrativos para a burguesia transnacional, não se importando de ocupar, neste projeto de desenvolvimento associado, um lugar não hegemônico.Mas deixemos de lado a identidade da elite. E a identidade da população excluída, originária dos escravos libertos em 1888? Primeiramente,

a identidade desta população foi construída pelo seu opressor: era um grupo diferenciado pela classe dominante por ser negro, bárbaro, não civilizado, não cristão. Diante disto, a estratégia de luta pela emancipação deste segmento pode variar desde uma construção de identidade dentro dos referenciais oferecidos pelas classes dominantes, ou seja, dentro dos marcos de um grupo diferenciado, ou então a partir de um pressuposto novo, de reconstrução da sua identidade enquanto classe explorada e com perspectiva de superar a condição de explorado, o que significa atuar como um grupo específico. Não consideramos estas duas perspectivas estratégicas como estanques, mas dialeticamente como processos de construção de uma identidade. É evidente que, historicamente, percebemos que o movimento negro transita entre uma e outra posição, porém o que nos interessa aqui é apontar perspectivas de superação do racismo.

 União de Negros Pela Igualdade - "entidade politica racial".
Este corte político é importante para definirmos os parceiros estratégicos na luta contra o racismo brasileiro: os movimentos sociais de um modo geral, que representem o conjunto de proletários que sejam direta ou indiretamente vitimados pelo projeto neoliberal. Para tal, entendemos que é necessário a construção de formações simbólicas que retomem os ideais de espaço público, universalidade de direitos, respeito às diferenças, igualdade social hoje relativizados com o predomínio da ideologia da sociedade de consumo.

O DNA da UNEGRO.
O projeto Negro Cidadão, de luta se desenvolveu o caldeirão onde foi fundado a UNEGRO participou ativamente de várias ações do Movimento Negro Brasileiro e do Movimento Popular, "desde sua fundação, em julho de 1988", na cidade de Salvador / Ba, em pleno processo de redemocratização do país, depois de três longos anos de intensos debates e tem por objetivo precípuo o combate ao racismo e toda forma de discriminação e opressão social e sua luta esta marcada pela defesa da vida, cidadania e igualdade de oportunidades para a maioria da população brasileira. sua intensa participação e formulação de propostas que contribuiu para que hoje surgia uma nova perspectiva na condução da luta antirracista no Brasil. Sob influência do professor Clóvis Moura, respeitado e pioneiro pesquisador do tema, a entidade rompeu com o entendimento predominante de que racismo era um fenômeno isolado de separação de entre negros e brancos sejam assumidos como algo importante a serem superados pelo Estado Brasileiro.Ao contestar a visão reducionista do movimento negro – e também da esquerda -, a Unegro propôs entrelaçar às questões de raça uma concepção de classe. Formou, assim, a base que conduziria a atuação da entidade dali pra frente – depois, foi incluída também a questão de gênero. O momento da criação foi propício, dadas as condições favoráveis do novo cenário político, marcado pelo fim da ditadura militar
(1964-1985) e pelo início do processo de redemocratização do país. Ainda assim, a criação da Unegro não se deu sem resistências.O primeiro desafio da entidade foi interno. O rompimento com a lógica proposta pelo movimento negro da Bahia, até então muito caracterizado pelas atividades culturais, com a atuação dos blocos afros de carnaval, não foi de todo pacífico. A Unegro defendia um enfrentamento mais ‘rebelde’ do racismo. O negro não quer só tocar tambor” era uma das frases apresentadas pela nova corrente. Em relação à esquerda, a entidade contrariou o entendimento de que era preciso esperar as transformações sociais acontecerem para se conquistar a igualdade racial. Propunha uma luta concomitante.

“A Unegro levou para setores vastos a importância de lutar contra o racismo hoje e não esperar as transformações da sociedade. Antes, achava-se que o racismo era uma questão a ser resolvida com a questão de classe. Existiu uma certa discriminação, mas, à medida que a Unegro começou a desenvolver suas lutas e estar ao lado das entidades do movimento, foi conseguindo espaço. Mas foi um processo longo”, contou Antônio Carmo, fundador e 1º Coordenador geral da entidade.

O segundo desafio foi externo e estava relacionado à disseminação, naquele período de abertura política, da ideia de que havia uma democracia racial no Brasil. A defesa da Unegro é de que o racismo era muito mais profundo do que se supunha e que estava enraizado na sociedade brasileira. Mirou-se na acadêmica, antro de brancos, para deixar um recado: o negro não quer mais ser apenas o objeto de estudo; o negro quer produzir estudo. Nivaldino Félix, também um dos fundadores, explicou que os anseios por uma ‘rebelião’ no modo do negro estar na sociedade já eram latentes muito antes de 1988, ano da criação da

Unegro. Lembrou de uma atividade considerada fundamental em que ele, Valdir Estrela e Leo Ornellas (também fundadores da Unegro), que formavam um grupo informal de negros no bairro de Nordeste de Amaralina, participaram no município de Uberaba (MG), em 1985. Era um encontro proposto pelo prefeito da cidade, Wagner Nascimento, que era negro, com lideranças negras e o então presidente da República, José Sarney.

Em Minas, os três baianos participaram de discussões sobre a importância da ascensão da população negra e da inserção nos espaços de Poder, como forma de garantir um olhar mais sensível para a luta contra a desigualdade. Wagner Nascimento era uma das grandes referências, pois entrou para a História como o segundo prefeito negro do Brasil. Na volta, o trio estava embebido pelo desejo de transformação social e encontrou novos parceiros para a organização de um grupo mais sólido e formal, como Antônio Carmo.


A escolha do nome foi feita democraticamente e traduz, segundo Antônio Carmo, as bases que compõem a entidade. A ‘União de Negros’ está relacionado à luta racial e ‘pela Igualdade’ se refere ao ideal socialista. Nivaldino lembra que a primeira atividade,


após a criação, aconteceu também na Biblioteca Pública dos Barris e se tratava de um debate sobre o negro e as crianças abandonadas nas periferias. Disse que foi um sucesso. “Foi muita gente ouvir as nossas propostas”, contou.

As primeiras tarefas, ainda de acordo com Nivaldino, estavam concentradas no esforço de

ampliar os debates sobre o racismo, principalmente, nos bairros populares de Salvador. Foram criados núcleos nas comunidades da Liberdade, Nordeste de Amaralina e Cosme de Farias. “Nós construímos a entidade dentro das comunidades. A gente precisava fazer uma discussão diferenciada e levar para a negrada”, acrescentou Nivaldino.

Antônio Carmo explicou que o objetivo, naquele primeiro momento, era atuar em conjunto e de maneira mais ampla. “O grande esforço foi tirar o movimento negro do gueto, pois ficava preso em estereótipos e dogmas que atrasavam muito a luta da discriminação”. Ao analisar a história da Unegro, disse que muitas vitórias foram alcançadas em relação a esse objetivo, mas que ainda muito é preciso fazer pela mobilização do povo negro.

Pouco mais de um ano após a criação, em setembro de 1989, a Unegro apresentou, em parceria com o Olodum e com a APLB-Sindicato, uma emenda popular à Assembleia Estadual Constituinte, que propunha incluir no documento um capítulo relacionado à discriminação racial. Dos quatro artigos sugeridos, três foram aprovados pelos constituintes. Uma vitória significativa para a entidade recém-criada, que consegue, de fato, o respeito entre o movimento negro e a esquerda.
A organização completa 29 anos em 2017, forjados na batalha incessante contra o racismo, as desigualdades de gênero e de classe social. É uma organização cuja trajetória não se perde um instante na defesa do exercício pleno da cidadania pela população negra brasileira, compromisso firmemente concatenado com o fortalecimento da democracia e o desenvolvimento econômico e social do Brasil.
Esta convicção política sustenta as raízes do nosso crescimento, respeitabilidade e aliança com amplos setores progressistas da sociedade, com o firme propósito de construção de uma sociedade, livre, justa e solidária .

São Objetivos da UNEGRO:
Lutar contra o racismo em todas as suas formas de expressão;
Empenhar-se na preservação e desenvolvimento da cultura negra;
Defender o livre direito de escolha da orientação sexual dos homens e mulheres negras;
Defender os direitos culturais da população negra;
Externar solidariedade e apoio à luta dos povos africanos e povos oprimidos de todo o mundo;
Lutar pelo exercício da cidadania em todos os setores da vida social do país;
Defender de uma sociedade justa, fraterna, sem exploração de classe, de raça ou baseada na exploração entre os sexos.

Para a UNEGRO que, ao lado de outras organizações, lutou pela aprovação da Lei 10.639/03, pela aprovação do Estatuto da Igualdade Racial e acompanhou todas as etapas do julgamento das cotas no STF, conquistando o veredicto de aprovação unanime do Sistema de Cotas, promover palestras, seminários, debates, em universidades, escolas públicas e particulares, bairros populares e outros espaços em que seus representantes venham a ser convidados para desenvolver a luta contra o racismo é contribuir com a formação de novas consciências antirracistas.”

Por hora a unegro conclui-se que os negros brasileiros ainda têm muitas lutas pela frente. São muitas reivindicações a serem conquistadas e movimento negro por se unir cada dia mais
vem assegurando seus direitos. A igualdade de oportunidades iguais é garantir as políticas públicas como cotas por exemplo e as ações afirmativas públicas e privadas. 

A luta contra a discriminação é constante e a população negra deve sempre se manter unida na luta para continuar a ampliar gradativamente e perpetuar nossos direitos deixando de ser cidadão de segunda classe.

A UNEGRO-RJ Realizou o seu  VI Congresso do estado do Rio de Janeiro, nos dias 19 e 20 de Agosto de 2017 na cidade do Rio de Janeiro , onde foi debatido os eixos das bandeiras e trincheiras do próximo quadriênio da entidade no estado...

REBELE-SE CONTRA O RACISMO!
Um afro abraço.
Claudia Vitalino.

fonte:Jeronimo(ex diretor da unegro)\Edson França (vice presidente da unegro)claudia Vitalino(secretaria geral da unegro)

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