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sexta-feira, 12 de dezembro de 2014

O Poeta do Povo: Solano Trindade.

Operário, comerciário, funcionário público, jornalista, poeta, cineasta, pintor, homem de teatro e um dos maiores animadores culturais brasileiros do seu tempo. Foi premiado no exterior e elogiado por celebridades como Carlos Drummond, Darcy Ribeiro, Otto Maria Carpeaux, Sérgio Milliet e tantos outros. O negro Solano (e pobre) escritor recifense está hoje esquecido nos círculos culturais, apesar de tudo o que fez pela cultura brasileira, pelo resgate da arte popular e pela independência da cultura negra. Esquecido justamente porque fez dos seus versos, como de toda sua arte, “uma arma, um toque de clarim, que desperta as energias, levanta os corações, combate por um mundo melhor.”, nas palavras do sociólogo francês Roger Bastides. Este artista simples e contundente, genial e pobre, crítico e negro ainda não foi digerido por nossa inteligência reverenciamos agora este negro poeta negro.

Historia: “Solano Trindade nasceu no Recife, em 1908, e morreu em São Paulo, em 1974. Foi poeta, ativista político e homem de teatro. Participou dos históricos congressos afro-brasileiros realizados em 1934 e em 1937, respectivamente, em Recife e em Salvador.

Durante toda a sua vida, foi operário, comerciário, funcionário público, colaborador na imprensa, ator, pintor e teatrólogo. Morou no Rio de Janeiro na década de 40, depois em São Paulo. Nos anos 60, ele inicia na cidade do Embu, o núcleo cultural que contribuiu para o atual batismo de Embu das Artes. É lá também que Raquel Trindade, filha do poeta, fundou e mantém até hoje um grupo de teatro popular com o nome do pai.

Além de grande poeta negro, Solano foi um lutador, um grande defensor da liberdade, e resgatou a cultura negra no país. Por tudo isso, Trindade sofreu perseguições. Um de seus poemas mais conhecidos, "Tem Gente com Fome", foi musicado em 1975 pelo grupo Secos & Molhados. A música foi proibida pela censura, sendo resgatada e gravada em 1980 por Ney Mato grosso, no álbum "Seu Tipo". Mas, por causa desta música, em 1944, Solano foi preso e teve o livro "Poemas de uma Vida Simples" apreendido. Além disso, em 1964, um dos seus quatro filhos, Francisco Solano, morreu numa prisão da ditadura militar em 1974, no dia 19 de fevereiro, aos 66 anos, no Rio de Janeiro.



Criador da Frente Negra de Pernambuco e do Centro de Cultura Afro-Brasileira, estruturou em Pelotas, RS, um grupo de arte popular já existente, transformando-o, em 1943, no Teatro Popular Brasileiro. No Rio de Janeiro, participou da fundação do TEATRO EXPERIMENTAL DO NEGRO. Ao mesmo tempo, destacou-se como grande nome da poesia de temática e vivência negras no Brasil.

Além disso, fundou em Embu, SP, um importante centro de arte popular. Segundo Souza, 2004, sua produção, elogiada por intelectuais estabelecidos, como Otto Maria Carpeaux, Roger Bastide e Sérgio Milliet, reconfigurou a história e a memória dos afro-brasileiros.

Recuperando eventos e trajetórias que negam os estereótipos de passividade e submissão, esforçou-se em contribuir, com sua poesia, para a difusão de fatos históricos ou já esquecidos, ou mostrados através de outra perspectiva nos livros de História do Brasil.

Assim, escreveu: “Eu canto Palmares/ sem inveja de Virgílio, de Homero/ e de Camões ...” Em 1949, teria pronunciado, na sede carioca do Instituto dos Arquitetos do Brasil, conforme anúncio no jornal Quilombo, conferência sobre poesia negra no Brasil, na qual abordaria o problema dos ‘brancos que fazem poesia negra’ e dos poetas negros não comprometidos nem identificados com esse tipo de criação poética.


Se liga:   Outros negros houveram que se dedicaram a atividade política ou que deram a sua vida pela causa do negra nas Américas.  Mais Solano Trindade,  fez da sua trajetória alinhavada de ações que transformaram as relações raciais de sua época e abriu caminho para o “orgulho de ser negro” que nos alimenta hoje, e, por que não dizer, esta tendência à eliminação dos preconceitos raciais que da juventude negra aguerrida.

                                   
 Me tornei cantiga determinadamente e nunca terei tempo para morrer".
Solano Trindade.
Obras publicadas:

Biografia:Poemas d’uma vida simples (1944)
Seis tempos de poesia (1958)
Cantares ao meu povo (1961), com 2ª edição aumentada em 1981
Além de 20 poemas in: Veredas, revista de letras da Universidade de São Paulo, nº 1, setembro de 1979.”


Um afro abraço.

fonte:wikipedia.org/www.portalafro.com.br

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