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domingo, 23 de março de 2014

Nzinga, líder tribal angolana da resistência contra Portugal

Indomável e inteligente soberana (1624-1663) do povoGinga de Matamba e Angola e nascida em Cabassa, interior de Matamba, que altaneira e silenciosa conseguiu juntar vários povos na sua luta contra os invasores portugueses e resistiu até ao fim sem nunca ter sido capturada, tornando-se conhecida pela sua coragem e argúcia. Do grupo étnico Mbundu, era filha do rei dos mbundus no território Ndongo, hoje em Angola, e Matamba,Ngola Kiluanji, foi contemporânea de Zumbi dos Palmares (1655-1695), o grande herói afro-brasileiro, ambos pareceram compartilhar de um tempo e de um espaço comum de resistência: o quilombo

Ngola Ana Nzinga Mbande, mais conhecida como Rainha Ginga ou pelo nome aportuguesado Dona Ana de Sousa, soberana dos reinos de Ndongo e de Matamba, sudoeste da África, morre em Matamba em 17 de dezembro de 1663. Seu título real no idioma quimbundo – Ngola – levou os portugueses a denominar a região de Angola.

Ela nasceu em 1582, na família do mani do Ndongo. O pai, Ngola Kiluangi, mantinha relações de paz armada com os portugueses de Luanda. A situação deteriorou-se após sua morte, quando o filho e sucessor, Ngola Mbandi, assume o poder no Ndongo.

Naquela altura, os portugueses ampliaram consideravelmente o tráfico de escravos e empreenderam uma série de incursões para o interior do continente, na esperança de, além de capturarem pessoas, apoderarem-se das imensas reservas de prata. Mbandi lançou uma campanha militar contra os portugueses, tendo antes suprimido a resistência e a rivalidade dentro da família, assassinando o seu sobrinho.

Porém, a campanha militar fracassou. Sua tropa pouco disciplinada não conseguiu resistir à pressão do exército profissional do governador de Angola. A capital, Mbanza Cabana, caiu nas mãos dos portugueses, e a família foi aprisionada.

O novo governador procurava entendimento com o governante do Ndongo. A amizade com os aristocratas locais era condição indispensável para garantir o tráfico regular de escravos cada vez mais procurados para o trabalho nas plantações e nas minas do Brasil.

Em 1621, Ngola Ana Nzinga foi enviada para negociar com os portugueses. Os portugueses ficaram impressionados com o sentido de auto-respeito e astúcia dela, além de outras virtudes. Quando o vice-rei lhe concedeu audiência, ela fez sinal a uma das suas damas para que se ajoelhasse e se fizesse de cadeira, sentou-se em cima das costas dela e permaneceu sentada até ao fim da audiência. Deste modo Nzinga mostrou que se considerava uma participante de pleno direito das negociações, e não um vassalo submisso de Portugal.

Porém, o primeiro passo foi o envio de uma mensagem para o novo governador de Angola, Fernando de Sousa, exigindo que os portugueses evacuassem as fortalezas do interior. Emergia naquela altura a Companhia Holandesa das Índias Orientais. No verão de 1624, seus navios haviam queimado seis barcos portugueses no porto de Luanda.


O acordo foi celebrado. Calculando que uma mulher tão inteligente e decidida poderia vir a ser uma aliada vantajosa, os portugueses convenceram-na a baptizar-se, tomando o nome de Ana em honra da esposa do governador português.
Em 1663 ou 1664(a controversas), Mbandi morreu,aos 82 anos de idade em circunstâncias pouco claras. Nzinga,atuou em quilombos, com espaços e táticas de guerra ao tornar-se a única governante, renunciou ao cristianismo e rompeu a união com os portugueses. Estava a cumprir a vontade de seus súbditos, descontentes com o tráfico de escravos praticado pelos europeus.

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Um afro abraço.


fonte:http://mnoticias.8m.com/Chefe africano, imagem adaptada de José Redinha. Distribuição étnica de Angola. 7 ed. Instituto de Investigação Científica de Angola, Centro de Informações e Turismo de Angola, 1971.

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